O Presidente da Associação dos Cabos e Soldados Militares do Estado do Ceará (ACSMCE) Flávio Sabino junto com a equipe da associação visitou vários destacamentos no interior do estado, e sem nenhuma surpresa detectamos vários problemas.
A começar em nossa primeira parada, quando vimos uma companhia trabalhando em escala 3×2 e 2×3, coisa que o antigo Comandante Geral negava, os praças reclamaram que além da carga horária o efetivo estava baixo e as ocorrências na cidade só aumentavam, além disso, o alojamento e a cozinha não estavam em boas condições, sendo bastante insalubres, o próprio oficial que comandava a companhia falou dos problemas em relação a uma das viaturas que estava quebrada e também em relação ao efetivo diminutivo na companhia.
Em várias cidades encontramos veículos antigos do tipo pálio 2005 ainda da época da gestão Lucio em péssimas condições, e uma das cidades enquanto tirava fotos do veículo um popular chegou e falou “Essa viatura não dar mais para os policiais, os bandidos que estão empurrando a viatura, e o maior sacrifício para fazer ela funcionar”. Apesar do jeito descontraído do morador, os policiais desse destacamento afirmaram que a viatura já tinha quebrado várias vezes e que inclusive ficava complicado atender ocorrências mais distantes, com risco de ter que voltar empurrando a mesma.
Além dos problemas com viaturas, em praticamente todos os destacamentos que passamos encontramos coletes vencidos, armamentos vencidos, fazendo com que o policial corra grande risco exercendo sua profissão, a ACSMCE já havia feito denúncia de coletes vencido no passado, até o momento os mesmos ainda não foram trocados, além disso, vários destacamentos continuam recebendo determinações do CPI pedindo para fazer policiamento a pé em plena madrugada.
A questão do problema do efetivo é bastante perceptível, em média víamos cerca de 3 a 4 policiais por destacamento, vários dos policiais formados na turma de 2013 já foram mandados de volta para a capital, e não foram repostos, as escalas escravizantes implantada nos destacamentos do interior do estado vem matando esse policial, fazendo os mesmos trabalharem 96 horas por semana. A ACSMCE já denunciou as escalas no interior do estado do Ceará na Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), no Conselho Nacional do Ministério Público, no Ministério Público do Ceará, em comissões de direitos humanos na Câmara e no Senado e tem inclusive ações na justiça sobre essa questão.
E a situação poderia estar ainda pior se não fossem algumas prefeituras que mantem a estrutura de muitos destacamentos, alguns em situação precárias. Isso também se deve as novas delegacias/destacamentos construídas pelo Governo Do Estado do Ceará que tem um espaço mínimo para os policiais Militares, impossível de os mesmo exercerem suas funções, com alojamentos pequenos e sem espaço para eles descansarem, como se eles fossem “maquinas”.
Como que o Governo do Estado quer diminuir as taxas de violência no interior? Já que os policiais trabalham em uma escala desumana com efetivo pequeno e com armamentos e coletes vencidos, quando essas quadrilhas vem assaltar bancos, atacam os destacamentos e inclusive companhias, um dos últimos casos foi em Guaramiranga, quando a companhia de lá foi atingida por vários tiros.
Evitamos citar nomes de destacamentos, para evitar possíveis perseguições do Governo do Estado e Controladoria com os colegas, mas as fotos já dizem tudo.
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