É inegável que os índices de violência no Ceará, mais particularmente
na Região Metropolitana de Fortaleza, têm crescido assustadoramente e
aumentado a sensação de insegurança na população. Também é fato que o
Governo do Estado, apesar de ter investido mais do que qualquer outra
gestão anteriormente na área da segurança pública, bem como efetuado
concursos para profissionais do setor, encontra-se nas cordas em
relação a apresentar solução para minimizar o problema, sem contar que
falta menos de um ano para o término da administração Cid Gomes.
De
todo modo, tem sido intrigante verificar por parte de alguns setores
formadores de opinião, mais do que a justificada sensação de medo, certo
ar velado de comemoração no que diz respeito ao aumento desses índices.
Na última segunda-feira, ouvi várias pessoas decepcionadas porque o
Fantástico, da Rede Globo, teria sido morno ao destacar o problema da
violência no Ceará. É bom lembrar que na semana anterior foi intensa a
divulgação de que o Estado seria destaque negativo em rede nacional.
Chama
a atenção, ainda, a forma como lideranças da própria polícia fazem
questão de alardear a incapacidade de combater os índices de
criminalidade. Nunca tinha visto uma categoria fazer tanta questão de
se mostrar inoperante. Ora, quando a própria polícia admite que o ladrão
ser pego no Ceará é muito azar do meliante, é quase como dizer que a
população não pode mais contar com esse serviço. Vamos então agir com
as próprias mãos, é esse o recado? Fico a me questionar a quem
interessaria isso? Pelo que sei, nunca as empresas de segurança privada
ganharam tanto como agora. Será que outros segmentos também não
estariam ganhando com essa disseminação do medo?
Em conversa
recente com um policial, este me disse que muitas das mortes
registradas em Fortaleza têm como vítimas pessoas com antecedentes
criminais. Será que já não estaria havendo uma “limpeza” não
oficializada dos criminosos? Tai um bom mote para a nossa academia, tão
operosa em opinar nas páginas de jornais sobre o tema, estudar a fundo. O
problema da violência está diretamente ligado a sensação de medo que
se dissemina a partir de seus índices. E esse é um fenômeno que está
sendo deixado de lado nas análises.
FONTE: JORNAL O POVO
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