A exposição proporcionada pelas redes sociais na Internet se torna, para os presos, a exacerbação do que é proibido. Ao menos 13 internos nas penitenciárias da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) foram flagrados nas redes sociais nos últimos dias. Subsidiada pela própria reportagem do Diário do Nordeste, após receber denúncia de que presos estariam postando fotos de dentro de uma unidade prisional, a Secretaria de Justiça do Ceará (Sejus) deflagrou a Operação Facebook. Uma vez flagrado na esquina virtual, o usuário detento tem o celular apreendido.
A publicação em perfis no Facebook "direto da cadeia" expõe mais do que a presença de aparelhos celulares nas penitenciárias e, mais do que o próprio aparelho, revela apenas uma das muitas fragilidades na Segurança Pública e na Justiça, para além das secretarias que levam esses nomes. O uso de celulares é tão comum em todos os espaços que não é surpresa que estejam nas penitenciárias, onde o aparelho é, obviamente, proibido.
No caso mais recente de que se tem notícia, jovens penitenciários dão alô para a "galera" que está do lado de fora: "um bj pras minas e um alô pros irmãozinhos", disse um interno. "Liberdade, vai dar certo. Ela (a prisão) é longa mas num é perpétua", respondeu um amigo; "só falta juízo...Kkk", comentou uma amiga, para quem o interno respondeu que "o juízo era o fotógrafo". Um amigo mais cuidadoso alertou: "tira essa foto, isso é crime, pode te atrapalhar".
De acordo com os registros nas redes sociais, as fotos teriam sido tiradas dentro de uma das celas da Casa de Privação Provisória de Liberdade II Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), em Itaitinga, na Grande Fortaleza. Fones de ouvido, pen drives e alguém falando ao celular dão conta do que está na cela registrado por uma câmera, o que significaria a existência de ao menos dois telefones naquela cela.
As postagens datam dos dias 4 e 9 de junho deste ano. Cada foto é acompanhada de vários comentários, a maioria apoiando por uma liberdade breve. "Se confirmada a identificação, estes presos passarão por uma sanção disciplinar, proibindo a visitação de familiares e ficando registrada em sua certidão carcerária o que poderá impedir a concessão de benefícios, como progressão de regime ou trabalho externo", afirmou, em nota, a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), uma semana antes da confirmação pela própria secretária Mariana Lobo de que as fotos foram postadas de uma cela na CPPL II. Ao menos 13 internos que atualizavam o perfil no Facebook direto da penitenciária tiveram seus smartphones apreendidos e sofreram procedimentos disciplinares.
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