Ceará: Aumento de homicídios motiva discussões na AL


Deputados lamentaram a estatística divulgada pela Secretaria da Segurança, que mapeia crimes violentos no CE



O tema foi levado à tribuna pelo deputado Roberto Mesquita, afirmando que se deve identificar e combater as raízes do aumento da insegurança ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )

O aumento dos Crimes Violentos Contra a Vida (CVLIs) no Estado, divulgado pela Secretaria da Segurança, motivou discussões, ontem, na Assembleia Legislativa. De acordo com o levantamento, o número de assassinatos - incluindo homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte - ocorridos em agosto foi de 356, 15,6% superior ao mesmo período de 2014.

Roberto Mesquita (PV) iniciou o debate lamentando os dados. Ele disse ser necessário dar uma resposta urgente à sociedade. "Independente de corrente política, precisamos estar do mesmo lado e garantir que a população do Ceará tenha o mínimo de tranquilidade", afirmou.




Segundo o parlamentar, o Governo do Estado se orgulha em dizer que respeita a corporação, abriu diálogo e criou a lei das promoções, que resgatou a autoestima dos policiais, mas chegou a hora de "descobrir a raiz do problema". "É preciso combater a entrada de drogas e armas no Estado, fechar nossas fronteiras, colocar policiamento ostensivo, com apoio de cães adestrados", alertou.

Heitor Férrer (PDT) destacou que já previa que as divulgações anteriores seriam sucedidas por elevação nos índices de homicídios. "Assistia com alegria, mas mantinha o temor, pois o caso não se resolve apenas com polícia, apenas com repressão". E completou: "é preciso evitar a marginalidade. Quando o indivíduo não tem esperança de futuro digno tende a partir para a delinquência".


Sobre a comemoração causada pelas seguidas reduções apontadas em meses anteriores pela Secretaria da Segurança, o deputado Ely Aguiar (PSDC) disse ter avisado que seria cedo para festejar e cogitou ter havido "maquiagem" nos números. "Agora sem ter como esconder, a ficha caiu e o governo reconhece que os números são alarmantes", alegou.


Citando a prisão do chefe do tráfico de drogas de Niterói, no Rio de Janeiro, ocorrida em Fortaleza, Ely apontou fragilidade na segurança cearense. "Descobrindo essa fraqueza, o Comando Vermelho instalou um núcleo em Fortaleza, de onde ditava as regras a serem cumpridas no Rio de Janeiro", destacou.




Acusações




A petista Rachel Marques rebateu a acusação de Ely Aguiar e falou que a violência é hoje um dos principais problemas do Estado e, por isso, deve ser tratado com muita responsabilidade. "Dizer que os números foram mascarados não é verdade. Não devemos fazer apologia ao crime, mas temos a obrigação de mostrar a realidade. E sobre a prisão do chefe de tráfico, prefiro dizer que a nossa Polícia Civil agiu com inteligência e conseguiu capturá-lo", disse.


Ely Aguiar também criticou o corte de R$ 10,2 bilhões no orçamento do Ministério da Educação (MEC), que atingirá o Pronatec, programa voltado para o ensino técnico e profissional. "Qual o destino dos nossos jovens que acreditavam no programa como uma saída e agora Dilma anuncia o corte bilionário? E agora, o jovem vai cair na mão dos traficantes?", questionou.


Rachel Marques reforçou que o Pronatec tem dado oportunidades para os jovens cearenses, na Capital e Interior, além das escolas profissionalizantes. "Quero ressaltar que no dia de ontem (quinta-feira) o governo anunciou mais turmas do Pronatec aqui para o Estado a ser executado em parceria entre a secretaria da Educação e o Senai".


FONTE DN

0 comentários :

Postar um comentário