INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL DO CEARÁ: QUANTO VALE A VIDA DE UM POLICIAL



QUANTO VALE A VIDA DE UM POLICIAL?

Perdemos mais três guerreiros[POLICIAIS MILITARES] para CRIME ORGANIZADO no Ceara, até quando vamos ficar só lamentando as mortes dos nossos agentes sem temos uma resposta por parte do governo e de nossas autoridades, para cada vida de um policial para crime, o estado fica mais fraco, pois os policiais são o braço armado do estado em defesa da sociedade.
Recentemente perdemos alguns companheiros de farda. Ultimamente tenho me perguntado: “quanto vale uma vida?”
Uma vida é tão preciosa que não tem preço. Nenhum dinheiro do mundo vale uma vida. Tanto é assim que em nosso país não temos pena de morte. Será?
Não temos pena de morte para os bandidos, mas para alguns companheiros, muitas sentenças já foram executadas. Policiais Militares e Civis são “caçados” e mortos por bandidos em nosso país. Isso me remete a outro dilema: “quanto vale a vida de um policial militar ou mesmo um policial civil?”
Se formos “valorar”, dar um preço, à vida de policias , teria alguma diferença? Teria diferença entre a vida de um policial civil e um policial militar? Entre um bombeiro e um agente do transito ou guarda municipal? E o risco que cada um corre? Quem se arrisca mais? Quem está na rua diuturnamente arriscando a própria vida em prol da sociedade?
Será que nesse país nos fazemos essa pergunta? O que significa para a sociedade a morte de um Policial em razão da função? Considerando a sociedade como o conjunto de governantes, cidadãos civis, famílias, servidores públicos, incluindo aqueles que formam a própria estrutura do sistema. Importante lembrar que o Brasil é um dos poucos países onde se sequestra, tortura e mata um Policial sem qualquer motivo, ou seja, pelo simples fato de ser Policial, algo semelhante as perseguições religiosas do Oriente. Para agravar ainda mais a situação, este país é também um dos poucos que aceita esse cenário sem se importar, sem reagir e sem adotar qualquer medida que vise a diminuição desse tipo covarde de delito. Vamos isolar cada efeito, dentro do possível, de acordo com o dano e as vítimas colaterais dessa perda nos micro sistemas desse conjunto.
Para a família do Policial: Aqui temos a mais danosa e dolorosa consequência da morte em razão da função de um Policial. Uma família, pai, mãe, esposa e filhos, acompanham as formaturas do seu ente querido, seu dia a dia, sua luta diária pela sobrevivência e o quanto isso custa para toda a família que sofre as consequências junto com o Policial. Quando esse ente querido se torna vítima da violência a qual ele é criado para combater, uma ou várias famílias se tornam não só vítimas, mas também criam a certeza de que o Estado não protege seus agentes, chegando ao absurdo de diversas famílias impedirem seus entes de ingressar nas forças policiais;
Para a Sociedade: O cidadão tem apenas um liame entre seus direitos à vida, à propriedade, a integridade física e aos direitos constituídos, esse liame se chama força policial, sem ela, casas são invadidas, pessoas são roubadas, violentadas, ou seja, vítimas de toda sorte de violência aos seus bens mais preciosos, vida, liberdade e propriedade. Quando o agente de Segurança Pública é atacado, não é só ele que sofre o dano, vez que toda a sociedade perde uma força na defesa de seus direitos. Imagine que se o agente tem sua integridade física respeitada, ele tem equilíbrio e autoridade para se preocupar com os cidadãos, porém, se ele tem que tentar proteger a si mesmo a todo o tempo e o pior, sem os recursos e amparo necessários, quem perde é o cidadão e a sensação de ser refém de um país dominado pelo crime aumenta;
Para o governo: Ingressando na seara dos prejuízos materiais temos que um Policial morto, significa que o estado terá que contratar outro servidor para repor aquela perda, e que também que terá que pagar a família daquele agente tombado, isso causa um grande prejuízo financeiro ao estado, porém, o estado ao invés de tentar economizar realizando ações que visem a garantir a vida do agente de Segurança Pública, ele quer aumentar os tributos da classe, é como um vazamento de água, que o dono do imóvel ao invés de consertar o vazamento e diminuir os gastos, prefere comprar um caminhão pipa e encher a caixa d´água para ela vazar ainda mais. Neste ponto nos perguntamos, por exemplo, porque não blindar uma viatura? Quantos policiais morrem em serviço por disparos de armas de baixo calibre que poderiam ser parados por um vidro blindado? Quando se blinda uma viatura, se diminui a chance de morte de pelo menos 8 policiais, considerando que em 48 horas, 8 policiais trabalham nesse veículo;
Para a Sociedade: O cidadão tem apenas um liame entre seus direitos à vida, à propriedade, a integridade física e aos direitos constituídos, esse liame se chama força policial, sem ela, casas são invadidas, pessoas são roubadas, violentadas, ou seja, vítimas de toda sorte de violência aos seus bens mais preciosos, vida, liberdade e propriedade. Quando o agente de Segurança Pública é atacado, não é só ele que sofre o dano, vez que toda a sociedade perde uma força na defesa de seus direitos. Imagine que se o agente tem sua integridade física respeitada, ele tem equilíbrio e autoridade para se preocupar com os cidadãos, porém, se ele tem que tentar proteger a si mesmo a todo o tempo e o pior, sem os recursos e amparo necessários, quem perde é o cidadão e a sensação de ser refém de um país dominado pelo crime aumenta;
Para o conjunto inteiro (sociedade): A certeza da impunidade, aliada a falta de apoio aos policiais para realizarem sua função, agravam ainda mais o quadro. Na certeza de que nada acontecerá, marginais, maiores e menores se tornam cada vez mais agressivos e ousados nossas forças policiais, mas, acuadas e vitimadas. Assim posso dizer que já criamos uma geração do medo, pessoas deixando de sair de casa, buscando Shoppings, que hoje também vem sendo atingidos pela violência e continuamos girando e girando, sempre com o mesmo discurso, “estamos trabalhando para diminuir esse quadro”, estamos?
Lamento as mortes de três guerreiros, desejo que Deus conforte os familiares desses heróis.
F. L. S. - INSPETOR DE POLICIA CIVIL DO CEARA
APOSENTADO


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