O delegado geral da Polícia Civil, Andrade Júnior, fez críticas à greve da categoria durante reunião de escrivães com nomeações para 2ª e 3ª chamada. A reunião aconteceu nesta terça-feira, 1º, na Delegacia Geral e um áudio com o pronunciamento do delegado vazou nas redes sociais.
Andrade diz que os policiais que estão na greve, que é considerada ilegal, começarão a ser notificados para entregar carteira, distintivo e arma.
"Não posso respeitar essa ilegalidade que estão cometendo, se vocês têm amigos (policiais que aderiram a greve), a única saída deles é se apresentar imediatamente no trabalho. Os colegas que estão em Iguatu, liguem para eles, não é ameaça do delegado geral, ameaça é quando você manda fazer uma coisa errada, estou mandando trabalhar e os senhores estão sendo convocados para trabalhar", relatou o delegado geral.
Ainda no áudio, o delegado afirma que os nomeados devem entrar em um momento muito difícil da instituição e que o discurso não era para ser tão duro, mas ele não iria "abrir" para ninguém. "Tenho 45 anos de idade e 29 de serviço público, comecei a trabalhar bem cedo e nunca cometi ilegalidade dentro de uma função e desafio a qualquer um desses pilantras que estão aí", diz.
Ele avisa que se os nomeados entrarem para "engrossar esse couro", ou seja, participarem do movimento grevista, não ingressem . E alerta que é fácil o servidor em estágio probatório rejeitar a greve ilegal, pois o servidor, quando entra na Polícia Civil, está sendo avaliado todos os dias, durante o período de três anos. ”O que coloco para dentro coloco para fora. Tenho mais duas turmas. Mando toda a Polícia Civil, mas aqui funciona”, afirma no áudio.
"Aqui não é casa de menino não, não é casa de brincadeira", diz o delegado. Andrade Júnior explica, no áudio, que respeitou a greve, enquanto estava dentro da legalidade e que até foi criticado por aceitar que o comando de greve afirmasse quais as delegacias que iriam funcionar, mas que diante da ilegalidade, ele iria respeitar "o que é certo".
Nomeações
O delegado afirma que estava vindo do gabinete do Governador do Estado, Camilo Santana, pois vai nomear esses escrivães e afirma que vai precisar deles. Ele alerta que "muita gente" vai para a rua e que podem achar ruim. "Foi um momento inoportuno e oportuno para os senhores, não queria que entrassem nessas circunstâncias", relata.
Andrade alega que o sindicato dos policiais civis mentiu para a categoria, pois ele havia prometido que até o dia 30 de outubro resolveria a questão da reivindicação salarial, mas que o presidente do Sinpol, Francisco Lucas, não teria aceitado a negociação.
“Disse a cada um deles que sairia da delegacia geral se em 30 dias não resolvesse isso. Mandei gravar e não quiseram. Sei que a maioria é gente boa e precisa de emprego, mas fica para os senhores e senhoras o recado de que vamos nomeá-los", disse.
Sinpol
De acordo com a vice-presidente do Sinpol, Ana Paula Cavalcante, os policiais não estão por um favor do delegado geral. "Ele esquece que existe um processo legal, não estamos na Polícia por favor do Andrade Júnior, mas porque concorremos e fomos aprovados", relata.
Para a líder do movimento, o que o delegado geral e a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) estão fazendo é criminoso e alerta que está entrando com processo criminal e administrativo contra o delegado geral.
"Os policiais que se sentirem moralmente ofendidos terão o nosso jurídico a disposição para entrar com ação de danos morais", relatou.
Conforme Ana Paula, as delegacias regionais estão paradas e outras categorias do Estado estão se juntando à categoria da Polícia Civil, no acampamento montado em frente ao Palácio da Abolição e que existe o prenúncio de uma greve geral dos servidores públicos.
FONTE:O POVO
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