Índice de evasão na Polícia Civil Cearense é impressionante

POLÍCIA CIVIL DO CEARÁ SOFRE COM ALTO ÍNDICE DE EVASÃO

A evasão de profissionais da Polícia Civil no Ceará está preocupando o Sindicato dos Policiais Civis de Carreira no Estado do Ceará (Sinpol). “A evasão na Polícia Civil é de quatro por semana”, afirma a vice-presidente, Ana Paula Cavalcante. Segundo ela, o principal motivo para o aumento de pedidos de exoneração do cargo é a insatisfação salarial.

De acordo com Ana Paula, desde 2013, cerca de 600 a 700 policiais deixaram a corporação em busca de melhores posições. Apesar de ratificar que saídas são normais, destaca que o nível está alto. “Houve um concurso para inspetores em 2013, deveríamos ter, desse concurso, 1.400 inspetores. Passado quatro anos, temos de 500 a 600, é uma evasão muito grande”, salientou.

Ainda segundo a vice-presidente, a saída é maior entre os inspetores e escrivães, que conforme alega, “tem a pior média salarial no Nordeste”. Quanto aos delegados, a evasão não é significativa, uma vez que o salário é melhor. No entanto, a preocupação ocorre porque os profissionais cearenses são qualificados e recebem treinamento rigoroso, mas acabam realizando novos concursos para a polícia de estados vizinhos. “Perdemos mais policiais para a policia do Piauí, que paga o dobro que aqui. É uma peneira muito grande para entrar, eles são treinados e preparados aqui. Recebemos pessoas qualificadas, mas que com pouco tempo se desestimulam. Então, são treinados aqui e vão para polícias de outros estados proteger cidadãos de lá”, lamenta.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará informou ao jornal O Estado que, atualmente, o efetivo da corporação conta com 3.101 profissionais, entre delegados, inspetores e escrivães. Segundo a nota, do início de 2016 até o ultimo dia 19 de janeiro, 24 profissionais aposentaram-se e 46 policiais solicitaram exoneração. “No total, 70 agentes de segurança deixaram suas funções, o que correspondem a 2,25% do efetivo atual da Polícia Civil”, diz a nota.

Reforço

Segundo avalia Ana Paula, as novas nomeações decorrentes do último concurso público, em 2015, não suprem os que saíram. “Estão entrando não para reforçar o efetivo e sim para repor”, afirmou. No início do mês de dezembro, o Governo do Ceará nomeou mais 255 policiais civis, sendo 65 delegados, 105 escrivães e 85 inspetores. Eles foram a segunda turma chamada dos 703 candidatos aprovados no concurso de 2015.

A previsão é de que a terceira turma seja nomeada no primeiro trimestre de 2017. “Uma terceira turma seria chamada, mas, antes de tudo, precisa ser resolvida a questão salarial. Os que entram não suprem os que estão saindo, porque a evasão é muito grande. A pessoa não tem reconhecimento na questão salarial e os que ficam trabalham desestimulados, e com razão”, disse. “A gente espera que o Governo finalize as negociações. O novo delegado geral assumiu e queremos uma sinalização e, finalmente, finalizar essa fase ruim. Queremos trabalhar, mas precisamos que o Estado valorize esse profissional”, finalizou Ana Paula.

Greve
No segundo semestre de 2016, os policiais civis do Ceará realizaram duas greves em menos de dois meses. O ato já pedia por melhores condições salariais e de trabalho.

FONTE: JORNAL O ESTADO.


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