Idosa e outras duas famílias são expulsas de casa por facções no bairro Carlito Pamplona
Caso aconteceu no Conjunto Dom Helder Câmara, nesta segunda-feira (27).
Neto da vítima teria envolvimento com grupos criminosos rivais
Membro de uma facção criminosa avisaram pessoalmente à idosa que ela deveria abandonar seu imóvel imediatamente. Ainda na madrugada desta segunda-feira, ela realizou a mudança
"A situação está complicadíssima. O cidadão de bem passa uma vida inteira trabalhando para comprar seu bem, aí vem uns vagabundos e tomam as coisas assim. É lamentável", afirma o sargento da PMCE
Uma idosa de 62 anos e outras duas famílias foram expulsas de suas próprias residências, localizadas no Conjunto Dom Helder Câmara, no bairro Carlito Pamplona, após receberem pessoalmente a "ordem de despejo" de membros de uma facção criminosa que comanda o tráfico de drogas na região. O caso aconteceu na noite desta segunda-feira (27) e mobilizou viaturas da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE), chamada pela vítima para garantir sua segurança durante a mudança, realizada às pressas ainda durante a madrugada.
De acordo com o sargento J Filho, da PMCE, que atendeu a ocorrência nesta segunda-feira, a expulsão teria sido motivada pelo envolvimento do neto da idosa com um grupo criminoso rival à facção que atua no conjunto habitacional. "Botaram para correr ela, o irmão e a filha. Foram três famílias expulsas, três apartamentos", destaca o agente de segurança.
Ainda conforme o policial militar, quando a PMCE chegou ao local para apurar a ocorrêcia, outras pessoas já estavam morando nos apartamentos que foram tomados pela facção. "Eles alegaram que tinham comprado o imóvel, mas não tinham nada para provar", informou o sargento. "A situação está complicadíssima. O cidadão de bem passa uma vida inteira trabalhando para comprar seu bem, aí vem uns vagabundos e tomam as coisas assim. Essa senhora estava aqui desde a inauguração, com o apartamento todo reformado", lamenta.
Indignação
Em entrevista concedida à TV Diário, a idosa, que não quis se identificar e também não revelou para onde estava se mudando, disse que se surpreendeu com a expulsão. "Nunca fiz mal a ninguém, moro aqui desde o início, há mais de 10 anos. Meu filho também não sabia sobre esse envolvimento dele (o neto) com o crime", destaca.
Empregada doméstica, a idosa diz que precisou investir "todo o dinheiro da aposentadoria e de anos de trabalho" para conseguir adquirir e reformar o imóvel.
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