Quatro cidades cearenses estão entre as 50 maior taxa de homicídio do Brasil, de acordo com dados do Atlas da Violência 2024. O levantamento com dados referentes ao ano de 2022 considera os municípios com mais de 100 mil habitantes. Maracanaú ficou em 18º lugar, Caucaia em 21º, Sobral em 38º e Fortaleza em 47º. Atlas considera a taxa de homicídios estimados, que a soma dos homicídios registrados e dos homicídios ocultos — que são os óbitos classificados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde (MS) como mortes violentas com causa indeterminada (MVCIs). Os dados são de estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), foram divulgados na terça-feira, 18. As taxas dos municípios cearenses foram de: Maracanaú (58), Caucaia (56,2), Sobral (48,3) e Fortaleza (45,3). Considerando os municípios médios e grandes, a terceira maior taxa do estado foi em Sobral (48,3), na região norte. Ao sul, destacamse Crato (34,3) e Juazeiro do Norte (29,7) como os mais violentos. No ranking da taxa de homicídios estimados, a Bahia (46,8) e Ceará (39,0) lideram no nordeste. Seguidos de Pernambuco (37,7), Rio Grande do Norte (35,5), Alagoas (34,9), Sergipe (34,3), Maranhão (27,6), Paraíba (27,4) e Piauí (25,2).
O município brasileiro com a maior taxa de homicídios estimados por 100 mil habitantes no país é Santo Antônio de Jesus, na Bahia, com taxa de 94,1. A estado baiano concentra sete das dez cidades com maior número de homicídios do ranking. Além disso, Salvador (66,4) aparece como a capital mais violenta do País. Fortaleza fica na quarta posição 45,3. Luiz Fábio Paiva, professor de
Sociologia do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), contextualiza que o Ceará convive com altos índices de homicídio há pelo menos 20 anos. Segundo o pesquisador, há um
conflito armado em torno essa dinâmica de facções que tem gerado muitas mortes tanto na Capital quanto no Interior. “Uma coisa importante de se destacar é que há uma grande dificuldade hoje em lidar com esses grupos. Inclusive, existem uma série de ações que são desenvolvidas, mas elas não têm surtido efeito”, analisa o pesquisador. Conforme Luiz Fábio, o aumento de cidades do Interior nesses rankings preocupa sobretudo porque o Interior “tem uma situação de fragilidade e vulnerabilidade maior do que o Capital em termos de serviços de segurança pública”. “Em 2024, a gente vê um cenário de intensos conflitos, inclusive com o surgimento de novas organizações, novos arranjos, novas situações que vão acontecendo nas cidades e, consequentemente, produzindo mais homicídios em função de um cenário de conflito”, acrescenta.
Fonte: Jornal o Povo
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