O Governo do Estado pôs nas ruas na sexta-feira passada, no chamado serviço operacional supervisionado, mais 240 novos policiais militares. Eles estão a reforçar o policiamento ostensivo. Fardas novas, vibração e, decerto, boa intenção. Essa é a terceira turma nas últimas semanas e já são mais de mil novos militares nas ruas de Fortaleza, Maracanaú e Caucaia. Para marcar o début, os PMs foram apresentados na Praça do Ferreira.
Uma garotada que passa no máximo seis meses na Academia, ante os dois anos em São Paulo. Lá, um ano de academia, período integral e mais um ano de estágio supervisionado por sargento credenciado. E para ser sargento é necessário concurso e curso de um ano. No Ceará, sargento é uma questão de mero tempo de serviço. Por esta razão, tem tanto sargento fazendo serviço de soldado.
Também na semana que passou o Ceará passou a contar com mais 12 coronéis. Eles foram promovidos do posto anterior, tenente-coronel. Dentre as promoções, duas mulheres. Os promovidos atuam na área da saúde e no quadro de combatentes. O número de coronéis na ativa da PM cearense subiu para 30. Noutros termos, o Governo agiu na base e na cúpula. Metade dos coronéis de SP e todo modo, ainda é mais do mesmo. Por ora, não há nenhuma nova política visível na área. A propósito, custa muito caro esta agenda. E em se tratando de investimento, público ou privado, é fundamental ter a medição dos resultados. Mais PM na rua e mais estrelas no ombros de coronéis não garante mudança alguma.
Por falar no topo da carreira policial, na PM de São Paulo havia até recentemente 63 coronéis, sendo apenas um para toda a área de saúde (médicos, dentistas, veterinários e farmacêuticos).
E existe polêmica quanto à pertinência de haver coronéis nesses quadros de especialistas. A lei orgânica das polícias exige curso superior de polícia para promoção ao posto de coronel. Na lista de promoções do Ceará, médicos e o dentista devem ter feito.
Transparência militar?
Em tempo: O Ceará toca a vida com duas políticas quanto ao uso de câmeras corporais em suas equipes de PM e Polícia Penal. Os policiais penais - da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) - usam as câmeras há mais de um ano. Já os PMs - leia-se Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) - não usam.
Convenhamos, policiais militares não gostam da ideia de serem monitorados. O argumento recorrente nas tropas - para inglês ver - é o de que as câmeras inibiriam o enfrentamento das facções. Havia algo semelhante nos anos 1980, quando a questão era usar o nome na farda. E não é preciso ser um atuante chefe da Controladoria Geral de Disciplina (CGD), o órgão criado para fiscalizar os órgãos de segurança, para se deparar com motocicletas da PM notadamente do Batalhão Raio - com as placas encobertas. Passe a reparar. Isso diz muito.
Opinião Jornal O Povo 14 de julho de 2024 página 23 Por Jocélio Leal
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