Com segundo pior salário do Nordeste PMs do Ceará pedem mediação política junto ao governo por melhores salários


Senhores parlamentares que foram eleitos com os votos dos policiais militares e aqueles que levantaram a bandeira da segurança pública, onde estão os senhores que não fazem uma comissão e procurem o Governador do estado para pautar essa proposta salarial elaborada pela ASSOF?
Já temos dados concretos de como viabilizar tal proposta, o que falta agora é mediação política e trazer a tropa para a discussão.




PMs sofrem com suicídios e transtornos mentais sem apoio da corporação

FONTE: SITE REVISTA EXAME
Treinados para não revelarem suas próprias dores, policiais militares de todo o país enfrentam números explosivos de problemas

Há cinco anos, o pai de Fernanda*, um policial militar de Santa Catarina, cometeu suicídio no caminho para o trabalho. O corpo do PM, de 40 e poucos anos, foi encontrado logo pela manhã dentro do seu carro, estacionado próximo à casa da família, que descobriu que a causa da morte era suicídio ao liberarem o corpo no IML. Jorge usou a própria arma de trabalho para por fim à vida.

“Foi algo que ninguém esperava, fomos descobrir que ele teve depressão depois que ele se matou. A depressão dele é aquela que tem alteração de humor, ele sempre teve isso. Depois que se matou que fomos entender o que era. Meu pai nunca falou sobre isso [depressão]. No dia achamos que tinham matado ele, não sabíamos que tinha sido suicídio. Até porque só falaram para a gente que ele tinha se matado perto do velório. Foi difícil porque ele não nos contava nada. Ele era bem fechado, era o jeito dele”, diz a filha.

A jovem, com 16 anos na época, conta que a Polícia Militar tinha ciência da necessidade de acompanhamento psicológico do seu pai. “A polícia também nunca tirou ele da rua, mesmo sabendo das situações. A polícia sabia, tanto que ele chegou a consultar um psicólogo da instituição, mas aí ele não quis mais ir, não gostou e não o obrigaram a sair da rua. Ele continuou trabalhando. Meu pai passou 20 anos na polícia, todo esse tempo na rua.”

Em todas as regiões do país, que conta com cerca de 425 mil policiais militares, são altas as taxas de suicídio e de transtornos mentais. Em São Paulo, por exemplo, estado com o maior efetivo policial do país (93.799 agentes),120 policiais militares cometeram suicídio entre 2012 e 2017.

São números explosivos, resultado de décadas de omissão, como explica Adilson Paes de Souza, hoje coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo. A primeira vez que viveu de perto um suicídio na instituição, lembra, foi nos anos 1980. Um de seus colegas na PM apareceu de surpresa no serviço, visivelmente alcoolizado. Não explicou o motivo da visita, mas Paes de Souza conta que ele fez questão de se despedir de um por um, antes de ir embora, de volta para o bar. Uma hora mais tarde, ele e seus colegas de farda foram chamados pelo superior para atender a ocorrência de um suicídio. Aquele PM, que alguns conheciam desde os tempos de academia, havia se matado.

Pesquisador de segurança pública, Paes de Souza é doutorando da Universidade de São Paulo (USP), e seu tema principal é a inadequação da formação policial para lidar com a pressão da violência cotidiana. O treinamento exigente – quando não abusivo – desde a entrada na corporação prolonga-se em um cotidiano de rigidez hierárquica e intimidação, agravando o estresse, o medo e a angústia inerentes à profissão. Quase sempre vividos em silenciosa solidão.

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“Há muitos casos que não são notificados e muitos não buscam o tratamento psiquiátrico porque vão sofrer chacota no ambiente de trabalho. Serão chamados de covardes e fracos; os comandantes podem crer que eles estão enrolando para matar serviço, por exemplo. É um ambiente bem machista e de virilidade, em que não podemos assumir fraquezas. Eu fui treinado assim, com os trotes na academia, os trotes das unidades em que passei. Você é humilhado e tem que aguentar porque o bom militar aguenta, o guerreiro aguenta toda e qualquer violência e acha isso normal. Nos fazem achar que fomos feitos para isso, mas ninguém foi feito para isso. Quando a PM não assume que seus policiais têm problemas, a instituição está fechando uma panela de pressão vazia, sem água, que vai explodir um dia”, adverte Paes de Souza, que ainda carrega as cicatrizes da violência sofrida 
Sá:
na profissão. “Bom, eu faço terapia”, diz.

Violência policial e sofrimento individual
O problema ocorre em todo o país, especialmente nas regiões em que a polícia é mais violenta, como o Rio de Janeiro. Um grupo de psicólogos da PM com pesquisadores do Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção (GEPeSP), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), investigou a questão através de uma pesquisa realizada entre 2010 e 2012 entre policiais militares. Entre as conclusões, um dado impressionante: no Rio, os PMs têm quatro vezes mais chances de cometer suicídio em comparação à população civil.

Os resultados do estudo foram publicados em 2016 no livro Por que policiais se matam?, coordenado pela pós-doutora em sociologia pela Uerj Dayse Miranda. Entre os problemas apontados, estão a dificuldade de pedir ajuda e a forma como são tratados na corporação quando adoecem.

Entrevistado pelos pesquisadores, um praça da PM disse que passou a ser tratado de forma pejorativa pelos colegas e oficiais após a licença médica e seu retorno ao posto. “Fiquei 15 dias em casa; quando eu voltei pra trabalhar, eu estava trabalhando já com arma de fogo, normalmente. Não entrei nem em Sina [Serviço Interno não Armado]. Quando eu voltei, eu fiquei seis dias detido no batalhão, preso. É. Meu tratamento foi esse. Eu fiquei dois dias hospitalizado e 15 dias em casa. No 16° dia, eu voltei à companhia. Me entregaram à tropa e fui punido”, disse.

Os dados apresentados pelo estudo de Dayse e sua equipe revelam que 58 policiais militares tiraram a própria vida e 36 tentaram suicídio entre 1995 e 2009 no Rio de Janeiro. “Embora esses números sejam altos, o trabalho de campo revelou que essas cifras estão subestimadas. Muitos dos casos de suicídios consumados e tentativas de suicídio não são informados ao setor responsável por inúmeras razões. Entre elas, estão as questões socioculturais – o tabu em torno do fenômeno; a proteção ao familiar da vítima (a preservação do direito ao seguro de vida) e a existência de preconceito ao policial militar diagnosticado com problemas emocionais e psiquiátricos”, afirma o relatório da pesquisa.

De acordo com dados obtidos via Lei de Acesso à Informação na Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, entre janeiro de 2014 e junho de 2018 três PMs foram diagnosticados, por dia, com transtornos mentais. Entre janeiro e agosto de 2018, 2.500 policiais militares foram afastados por transtornos mentais, mais que o dobro dos afastados em todo o ano de 2014 (836).

Para os autores do estudo, os profissionais da saúde da PM devem estar atentos para sinais de deterioração da saúde mental dos agentes, “no atendimento ao policial militar, principalmente aquele em atividade-fim, e em constante atuação de enfrentamento junto à criminalidade, o profissional de saúde deverá estar atento a comportamentos que demonstrem o afastamento das condutas de segurança requeridas para a prática da ação policial militar”, e complementa: “deve-se afastá-lo de sua arma de fogo ou outro meio que tenha à disposição e conduzi-lo ao psicólogo. É interessante entrar em contato com familiares ou amigos próximos na tentativa de fortalecer a rede de apoio”.

Números explosivos
Ao longo de dois meses, a reportagem enviou mais de 50 solicitações de acesso à informação para os 26 estados e Distrito Federal, questionando as secretarias de Segurança Pública sobre o número de policiais que cometeram suicídio e a quantidade de PMs afastados do serviço por transtorno mental. Onze estados e o DF informaram ter registros de suicídios, mas apenas dois enviaram os dados referentes ao período de janeiro de 2008 e julho de 2018, como solicitado pela reportagem: Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Ainda que incompletas, as informações obtidas mostram que a quantidade de policiais militares afastados nos estados que responderam às solicitações é alta. Há relatos de afastamentos e suicídios em todos os 26 estados e no Distrito Federal. No Espírito Santo, por exemplo, aumentou o número de tentativas de suicídio entre PMs após a greve que paralisou paSá:
rte dos policiais no estado no início de 2017. A Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Espírito Santo (ACS/ES) registrou, nos meses seguintes à greve, pelo menos cinco suicídios. Além disso, ao menos 13 policiais da 5ª Companhia do 4º Batalhão da PM foram afastados por agravamento de transtornos psíquicos. Entre as causas mais comuns relatadas está a perseguição perpetrada por oficiais de patentes superiores nos momentos pós-greve.

Em São Paulo, entre 2006 e 2016, 182 policiais militares cometeram suicídio: uma morte a cada 20 dias. A partir de 2012, a situação piorou. Entre aquele ano e 2017, 120 policiais militares tiraram a própria vida, um a cada 15 dias. Dados do relatório da Ouvidoria das Polícias do estado, publicados pela Ponte Jornalismo, mostram que houve 71 casos de suicídio em entre 2017 e 2018. Mais grave: houve crescimento de 73% nas ocorrências, com 20 casos ao longo de 2017 e 51 registros em 2018.

No Rio Grande do Sul, 50 PMs cometeram suicídio entre 2008 e 2018, período em que 10 se mataram em Pernambuco. No Ceará, entre 2011 e 2018, foram 18 PMs mortos por suicídio; enquanto no Rio Grande do Norte, entre 2010 e 2018, foram oito os suicídios – mesmo número dos ocorridos entre 2015 e 2018 em Alagoas.

Já no Distrito Federal, foram 11 suicídios entre 2016 e 2018, mesmo período em que 21 PMs se mataram na Bahia, de acordo com a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA). A PM baiana não confirma nem disponibiliza outros dados referentes aos suicídios cometidos no período.

Também forneceram dados sobre suicídios de PMs Maranhão – cinco mortes entre 2014 e 2018 –, Mato Grosso do Sul – 12 suicídios – e Paraná, 26.

Suicídio de PMs por estado

 (Agência Pública/Reprodução)

PMs afastados por transtornos mentais por estado

Os demais estados alegaram falta de informações precisas sobre afastamentos e suicídios ocorridos na última década, uma dificuldade que o pesquisador Adilson Paes de Souza conhece de perto: “A instituição [Polícia Militar] não se abre. Você mal consegue dados e, sem eles, não é possível estudar o fenômeno ou entender como ele surgiu, como se manifesta e quais os caminhos para se superar esses problemas. Os poucos dados que se obtêm pela Lei de Acesso à Informação são, na maioria das vezes, incompletos”, diz.

Para Paes de Souza, a rotina de negar ou proteger dados relacionados à segurança pública no Brasil ganhou força durante o regime militar. “Em 1969, no auge da repressão, houve um decreto-lei, o 667, de 1969, que criou os policiais à imagem e semelhança do Exército. Uma tropa militarizada para combater os inimigos da sociedade. E essa tropa militarizada era considerada a nata, a casta, os únicos que poderiam salvar a nação do comunismo. Os militares acreditavam e acreditam que são a elite, que são os únicos que sabem o que é bom para todos. E, portanto, eles não precisam prestar contas a ninguém. É por isso que é tão difícil conseguir dados”, afirma.

O problema dos dados se repete quando a pergunta é sobre a quantidade de PMs afastados da função devido a transtornos mentais. No estado de São Paulo, dados obtidos via Lei de Acesso à Informação apontam que 4.115 policiais foram afastados para se submeterem a tratamentos psiquiátricos entre 2008 e 2018. Entretanto, em setembro de 2017, o portal de notícias VICE Brasil recebeu, também via Lei de Acesso à Informação, dados que apontavam que “entre 2006 e 2016, 15.787 PMs foram afastados temporariamente da corporação para se submeterem a tratamentos psiquiátricos”. Procurada pela Pública, a Polícia Militar do Estado de São Paulo não deu esclarecimentos sobre a discrepância numérica até a publicação desta reportagem.

Seis estados negaram à reportagem o acesso aos dados: Ceará, Pará, Goiás, Rondônia, Sergipe e Piauí. No geral, a justificativa apresentada pelos estados foi que as informações requeridas eram de caráter pessoal dos policiais e, portanto, sigilosas. Os dados requeridos pela reportagem não previam a identificação de nenhum servidor, apenas estatísticas Sá:
 e informações quantitativas.

Medo de morrer
A função “policial militar” está entre as mais perigosas, e o peso da alta mortandade profissional, somado ao temor da morte, pode ser, paradoxalmente, dois entre muitos fatores que influenciam a decisão do PM de cometer suicídio. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um policial militar ou civil foi morto por dia em 2017 no Brasil.

Em 2014, o Rio de Janeiro foi o estado em que mais pessoas morreram em decorrência de ações policiais, foram cerca de 3 mil mortes. Paradoxalmente, no mesmo ano, o estado também foi o que mais perdeu policiais para a violência, com 98 mortos, seguido de São Paulo, com 91. “No geral, dos 398 policiais militares mortos por homicídios em 2014, quase 25% correspondem às mortes de policiais somente no estado do Rio de Janeiro. Esses dados sugerem que a alta exposição de policiais militares à letalidade policial pode torná-los mais suscetíveis à vitimização letal”, explicam os autores de “Por que policiais se matam?”.

O temor de adquirir transtornos mentais e comportamentais foi um dos temas da pesquisa realizada pelo Fórum de Segurança Pública em 2015. De acordo com o estudo, que ouviu mais de 10 mil agentes de segurança pública, 53,7% dos PMs têm receio “alto” e “muito alto” de desenvolver transtornos mentais. Dos PMs entrevistados, 15,1% sofrem de transtornos mentais comportamentais (TMC), como depressão e esquizofrenia, por exemplo.

Há outros fatores de risco para suicídios e transtornos mentais aos quais PMs estão expostos. A começar pela rigidez hierárquica, que faz com que os agentes escondam o problema de seus superiores. De acordo com a pesquisa “Vitimização e percepção de risco entre profissionais do sistema de segurança pública”, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2015, 55,4% dos policiais militares têm receio “alto” e “muito alto” de manifestar discordância da opinião de um superior. Um problema agravado pela formação a que se submetem, como afirmou Paes de Souza, o que faz com que esses profissionais sequer procurem ajuda.

“No Rio de Janeiro, muitos PMs resistem ao afastamento porque acabam não entendendo [a sua necessidade]. Por serem formados para servir em qualquer circunstância, muitos têm o sentimento do dever e chegam a trabalhar [durante a folga] prestando serviços de segurança. Isso é muito comum”, explica Dayse Miranda. Ela também alerta para os prejuízos concretos que sofre o PM que passa por atendimento médico. “Com o tratamento psiquiátrico e a licença, o PM perde a gratificação ou adicional por algum tipo de trabalho. Isso é puni-lo duas vezes, puni-lo por estar doente. A desculpa é que o estado não garante isso. O estado do Rio não se importa com a saúde do policial militar. Eles querem colocar homens na rua e não consideram a sua vida. Os PMs saem atirando a esmo porque estão com medo”, ressaltou.

Em Santa Catarina, a situação não é diferente. “Aqui, se você tira licença médica ou tira férias, o PM perde R$ 700 do salário, então o policial prefere trabalhar do que perder aquele valor. Eles não param. Meu pai trabalhava como segurança por fora. Ele trabalhava cerca de 15 ou 16 horas. Trabalhava como segurança particular em supermercados e padarias, mas não podia, a PM não deixa”, conta Fernanda*.

Um estudo realizado em 2009 por Joana Helena Rodrigues da Silva, mestre em psicologia escolar e desenvolvimento humano pelo Instituto de Psicologia da USP, aponta para a relação entre a prática policial e implicações na saúde mental dos agentes. Para Joana Helena, o mesmo policial que vai às ruas com o intuito de combater a violência está vulnerável a ela e “não somente enquanto cidadão, mas também quando se coloca como combatente”.

Assim, o indivíduo submetido às práticas policiais passa a enxergar a sobrevivência de maneira física, comprometendo sua capacidade de reflexão, ou seja, “renuncia a tudo aquilo que não seja a destruição daqueles que querem destruí-lo”.

Corda bamba
Em uma padaria na região central de Joinville, Henrique*, um ex-policial militar de Santa Catarina e marido de FerSá:
nanda*, reflete sobre esse assunto: “O policial está sempre em uma corda bamba: se você vacilar, você morre. Se você exagerar, vai preso. Será que eu arrisco levar um tiro ou arrisco dar um tiro?”.

O relato do ex-PM catarinense corrobora a tese defendida por Joana Helena de que o policial em situação de risco pode recorrer involuntariamente à violência como mecanismo de defesa e, assim, utilizar as ferramentas à sua disposição para tal: a força física, a arma de fogo e o respaldo jurídico.

As promoções na carreira também ficam prejudicadas, de acordo com Paes de Souza. “A promoção de oficiais é por merecimento ou por tempo de polícia. E por merecimento você pode ser promovido mais rápido, porém, se você tem algum transtorno psicológico na sua ficha, é possível que você não seja escolhido para determinados postos para ‘não dar problema lá’”, explica.

Outro fator de risco para os policiais são os problemas familiares, que surgem como consequência do estresse da profissão e do baixo valor dos salários. Segundo a mesma pesquisa do Fórum de Segurança Pública, 51% dos policiais militares já tiveram problemas para garantir o sustento de suas famílias. Para complicar, 39,4% dos PMs têm familiares que sofreram algum tipo de violência e/ou ameaça por serem parentes de um policial, e 31,8% sofreram algum tipo de violência e/ou ameaça como forma de retaliação pela atuação do parente.

Ter um comportamento violento dentro de casa em consequência da tensão profissional também é comum. “O cara vai descontar em casa; vai desenvolver alcoolismo, uso de drogas ilícitas, dependência de remédios, como antidepressivos, e tentativas de suicídio. Se alguém acha que é normal a cada 15 dias um policial militar cometer suicídio, esse alguém deve estar louco”, diz Paes de Souza.

Uma pesquisa realizada pelo mestre em psicologia e coordenador da Saúde da Polícia Militar de Santa Catarina, Gustavo Klauberg, organizou dados do afastamento de 5.777 policiais e bombeiros militares do estado entre 2013 e 2016. Dentre as conclusões de Klauberg, destaca-se a prevalência de 6,32% de servidores com TMCs.

A pesquisa de Klauberg utilizou o sistema de corte transversal para analisar os dados de afastamentos da PM-SC. Na prática, isso significa que as causas prováveis das doenças e seus efeitos foram observados no mesmo intervalo temporal. Isso se mostra importante na análise, pois, sendo os transtornos mentais doenças influenciadas pelo cotidiano do paciente, contextos sociais específicos podem criar um ambiente favorável para o aumento no número de casos.

O pesquisador conclui que “cuidar da saúde do policial militar estadual é, portanto, estratégico para o Estado de Santa Catarina, tanto do ponto de vista econômico, considerando o investimento de dinheiro público nas forças de segurança, quanto de eficiência profissional, já que a saúde exerce importante influência no desempenho e na qualidade do serviço prestado”. Ele ressalta que, entre 2014 e 2016, o governo do estado de Santa Catarina gastou mais de R$ 40 milhões com o pagamento de salários de PMs e bombeiros afastados. Em 2014, o governo desembolsou cerca de R$ 6,5 milhões; já em 2016, o valor superou os R$ 18 milhões.

Além disso, os dados mostram que 79% dos 5.777 afastados tinham funções operacionais, como o policiamento. Klauberg conclui ainda que a maioria esmagadora dos pacientes, 97,3%, está nos cargos mais baixos da hierarquia. Entre 2014 e 2016, o aumento de servidores afastados foi de 238,4%.

São muitos os fatores que podem elevar o estresse dos agentes a níveis críticos. Entre os que aparecem com maior frequência em pesquisas, como a de Klauberg e de Dayse Miranda, estão históricos de abuso de álcool e outras substâncias, exposição a situações de estresse e violência, trabalhos em dois turnos e, também, maus-tratos por superiores na hierarquia militar.

Risco para si e para sociedade
De acordo com o Anuário do Fórum de Segurança Pública Brasileiro de 2018, 5.144 pessoas morreram em decorrência de intervenções policiais no Brasil. Isso equivale a 14 mortos por dia.

Um policial militar cSá:
om transtornos mentais não diagnosticados ou não tratados pode representar um risco para si e para a sociedade; a alta exposição a situações de risco de vida acarreta, explica Klauberg, em sua dissertação, no aumento dos níveis de cortisol do indivíduo.

O cortisol é um hormônio envolvido diretamente no controle do estresse. Quando em excesso, pode resultar em falta de atenção, lapsos de memória, dificuldade de concentração e, a longo prazo, distúrbios do sono e alimentares. Esses sintomas, somados ao porte de arma e à atividade estressante da função policial, podem acarretar, por exemplo, excessos durante abordagens cotidianas que, teoricamente, seriam simples.

Para o coronel Adilson Paes de Souza, é possível compreender o comportamento violento e excessivo de policiais em abordagens com base no estudo da psique pela ótica do psicanalista referência na área, Sigmund Freud. Paes de Souza ressalta: “Segundo Freud, em A psicologia das massas, a massa tem uma psique própria, que é muito mais do que a junção das psiques dos sujeitos que a compõem. É aí que mora o perigo. Eu posso estar conversando com vocês sobre violência, depois ir ao Morumbi assistir a um jogo e matar um cara junto com outros torcedores violentos; e aí você me pergunta: por quê, Adilson? E eu não tenho como explicar, eu fui assimilado pela massa e aconteceu. Da mesma forma que os policiais cristãos vão à igreja, são absolutamente religiosos, mas quando assumem o serviço saem na rua e matam um, dois”.

Ele explica que a formação do policial militar, assim como a dos militares das Forças Armadas, tem uma ideologia própria e é transmitida a todos os policiais. “Eu fui formado durante a ditadura. Fui formado para saber que ‘militar é superior ao tempo; militar não chora; militar não sente medo; paisano [civil] é bom, mas tem muito’. Hoje, depois de 30 anos de PM e de estudos, eu percebo que estávamos sendo doutrinados”, relata. Para ele, essa ideologia transmite a sensação de heroísmo aos PMs. Em sua analogia, o coronel compara os policiais ao Super-Homem [Superman]. “’Eu sou o Super-Homem, tenho superpoderes, mas não sou bem resolvido’. Esse é o policial militar. O suicídio é uma das opções. O PM não aguenta. O falso eu do policial é ser um super-herói. Então, talvez, o PM cometa suicídio para eliminar esse falso eu e proteger o verdadeiro eu”, conclui.

800 mil suicídios por ano
Todos os anos, cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio no mundo. Na prática, isso equivale a uma morte a cada 40 segundos. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS). Só no Brasil, mais de 11 mil pessoas se matam todos os anos.

O ato de atentar contra a própria vida não é uma novidade deste século, mas está crescendo em ritmo acelerado, junto com a ocorrência de transtornos mentais. O suicídio já foi considerado uma doença, uma espécie de “loucura momentânea”, mas essa ideia foi descartada e enterrada com a publicação de O suicídio, de Émile Durkheim no século 17. De acordo com o sociólogo francês, são inúmeras as causas que podem levar uma pessoa a dar fim à própria vida. São tantas as possibilidades que não seria possível apontar causas, mas apenas disposições e fatores agravantes.

De acordo com o autor, ainda em 1897 já era possível dizer que o suicídio não é um evento individual nem uma loucura que toma conta do ser humano. Para Durkheim, o suicídio nasce da soma de tendências suicidas, transtornos mentais e contextos sociais. Porém, nenhum desses elementos seria a sua causa e, sim, pontos de pressão que podem ou não culminar num suicídio consumado.

Para Durkheim, o suicídio é um fato social e sua preponderância nas sociedades se dá pela coesão social, ou seja, quando a sociedade não é unida e vive entre tensões sociais, verifica-se maior ocorrência de suicídios.

Quando as instituições sociais não cumprem tão bem seu papel porque estão desmoronando, as normas de convívio social acabam enfraquecidas e a vida em sociedade pode se tornar angustiante e desmotivadora, de maneira que essas ocorrências se somam a questões individuais que terminam por levar o sujeito a coSá:
gitar o suicídio.

Durkheim sugere, logo de início, que o suicídio está ligado ao passar do tempo. Ele traz dados de países que, no século 17, já demonstravam maior ocorrência de mortes voluntárias autoinfligidas em pessoas com mais de 40 anos, aumentando com o envelhecimento.

“Não só o suicídio é muito raro na infância, mas é com a velhice que atinge o seu apogeu e, entre a infância e a velhice, aumenta regularmente com a idade […] Mesmo o recuo por volta dos 80 anos, além de ligeiro e nem um pouco geral, é relativo. Visto que os nonagenários se suicidam em igual ou maior proporção que os sexagenários, e sobretudo mais que os homens em plena força da vida. Por aqui não se vê que a causa responsável pela variação do suicídio não poderia consistir em uma impulsão congênita e imutável, mas na ação progressiva da vida social?”, escreveu.

É importante ressaltar que, no período em que Durkheim chegou a tais conclusões, o mundo tinha outros contextos sociais que permeavam o suicídio como fato social. Agora, nos primeiros 19 anos do século 21, tem-se noticiado um aumento expressivo e alarmante de suicídio na infância. De acordo com o Mapa da Violência Letal contra Crianças e Adolescentes do Brasil, entre 2003 e 2013 houve um aumento de 10% nos casos de suicídio entre crianças e adolescentes dos 9 aos 19 anos no país. Um dos fatores que pode estar ligado a esse aumento, por exemplo, é a dificuldade que pais e professores têm de notar sinais que indicariam a possibilidade de ocorrência de transtornos mentais.

De qualquer forma, o suicídio ainda impera entre os mais velhos. E as suposições de Durkheim encontram eco nas mortes de policiais militares em todo o Brasil, não somente quando relacionadas a faixa etária, mas também quando somadas ao contexto social e profissional em que vivem as vítimas.

*Os nomes foram modificados para preservar a identidade da fonte.

Essa reportagem é resultado da Improvisando

Policial Militar aposentado é homenageado por equipe do BPRAIO PMCE




CB ALPINIANO COMPLETA 74 ANOS DE INGRESSO NA PMCE.

CB Alpiniano, como é carinhosamente conhecido na cidade de Baturité, onde reside com sua familia, está fazendo neste sábado (23), 74 anos que ingressou na Polícia Militar do Ceará.

Natural de Várzea Alegre, o CB Alpiniano sentou Praça em 23 de fevereiro de 1945, período em que a Polícia Militar do Ceará era denominada de Força Policial do Ceará. 

Apesar dos lapsos de memória ocasionados pela idade avançada, o CB Alpiniano ainda mantém os sentimentos, valores e os costumes da Polícia Militar adquiridos no período em que estava na ativa da corporação, quando se apresenta e presta continência aos seus subordinados, pares e superiores e vez por outra canta a canção da PMCE.

Por coincidência do destino, no dia 26 de fevereiro, o CB Alpiniano comemora também 95 anos de idade.

Nesse dia tão festivo, PMs do RAIO e da 2Cia/4BPM fizeram questão de prestarem suas homenagens e continências ao CB Alpiniano.

Preocupado com facções criminosas do Brasil Paraguai expulsa membros do PCC e Comando Vermelho


20 de fevereiro de 2019

Preocupado com facções do Brasil, Paraguai expulsa bandidos do PCC e do Comando Vermelho

No ano passado, foram extraditados 97 presos brasileiros, incluindo chefes do PCC e do Comando Vermelho

O governo do Paraguai vem fechando o cerco à expansão das facções criminosas brasileiras, em meio a uma guerra pelo controle do tráfico na fronteira, que opõe há três anos o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), além de bandidos da região. No ano passado, o país vizinho extraditou 97 presos brasileiros, 60% a mais que os 59 mandados de volta em 2017, conforme dados oficiais. Autoridades paraguaias também investigam suspeitas de suborno a policiais para ajudar traficantes.

Desde dezembro, um programa de cooperação entre os dois países faz com que criminosos presos após cruzar a fronteira sejam rapidamente devolvidos. No ano passado, foram extraditados alguns dos principais chefes do crime organizado, como Jarvis Chimenez Pavão, do PCC, Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Piloto do CV.

De janeiro até o início deste mês, foram mais 15 expulsões, incluindo Fábio Souza Santos, o Geleia, também do CV. Em três anos, o Paraguai passou do 5.º para o 2.º lugar em número de presos brasileiros no exterior, passando Japão, Portugal e Espanha. Agora, está atrás apenas dos Estados Unidos.

Diretor de investigação da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai, Gustavo Molina afirma que as facções brasileiras tentam aumentar a influência nos meios criminais locais. “São investigadas até suspeitas de envolvimento de membros da Polícia Nacional com esses grupos.”

Ele destaca que os traficantes usam seu poderio econômico para subornar policiais e cooptar mão de obra nos presídios. Conforme Molina, as drogas estão na origem de 80% das prisões. Pelo menos cinco facções brasileiras tentam estabelecer bases no Paraguai: CV e PCC, o Primeiro Grupo Catarinense (PGC), a Família do Norte (FDN) e o Terceiro Comando Puro (TCP).

Conforme o diretor, com a instalação de uma base de inteligência da Polícia Federal brasileira na Senad em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil, a cooperação entre os países aumentou. “Há um trabalho conjunto.” A troca de informações e as ações já levaram os grupos criminosos a reagirem. Em novembro, o CV ameaçou de morte a procuradora-geral do país, Sandra Quiñonez.

Ao Estado, a procuradora-geral disse que o endurecimento nas ações brasileiras contra as facções têm levado os bandidos a buscarem outros países onde possam atuar com menos pressão. Em entrevista ao jornal New York Times em novembro, Piloto afirmou que o Paraguai é a “terra da impunidade”.

Segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antonio Videira, o regime prisional mais brando e a facilidade para cooptar agentes públicos estimulam a migração. Evidências de corrupção levaram o governo paraguaio a trocar duas vezes o comando da Grupamento Especializado de Assunção, principal presídio do país, no fim do ano.

Sandra, porém, disse que o Paraguai tem trabalhado “sem trégua” para deixar de ser uma boa opção para os bandidos.

Para Videira, a disputa deve se acirrar, após a prisão do principal articulador do PCC no Paraguai – Sergio Quintiano Neto, o Minotauro, detido em um apartamento de luxo de Balneário Camboriú (SC), no dia 4. Na semana seguinte, houve a transferência de Marco Williams Herbas Camacho, o Marcola, e de outros 21 líderes do PCC de São Paulo para presídios federais.

A entrada das facções no país vizinho aumentou após a execução de Jorge Toumani Rafaat, em junho de 2016. De sua mansão em Pedro Juan, ele controlava com mão de ferro o tráfico na fronteira, respeitando os negócios de outros grupos, e abastecendo indistintamente várias facções, incluindo PCC e CV. Segundo Videira, com 29 anos de polícia (25 deles na fronteira), a morte de Rafaat pelas mãos do PCC iniciou uma guerra. “O PCC foi mais rápido em ocupar os espaços e cresceu.” Até ser preso este mês, Minotauro ainda trabalhava na expansão dos negócios, avançando sobre campos de maconha de outras facções e atacando rivais.

No processo, Mato Grosso do Sul passou a receber maiores carregamentos de maconha, e deixou de ser apenas rota, para virar também mercado consumidor. “O estilo é o da máfia, uma vingança puxa outra”, diz Videira. Hoje, o PCC controla o tráfico em Pedro Juan, Capitán Bado e Ciudad del Este, enquanto o CV domina as regiões paraguaias de Salto del Guairá, Ypehú e o distrito de Zanga Pyitã.

Segundo Videira, há até erva transgênica. “O compromisso é colocar no Brasil 6 toneladas de maconha por semana”, diz. A facção disputa também as rotas para escoar cocaína da Bolívia. “Pedro Juan é a saída para o Porto de Paranaguá (PR) ou São Paulo, mas também se tira por Salto del Guairá ou pela rota de Rosário, que cruza o Chaco paraguaio, passa pela Argentina e vai para o Porto de Itajaí (SC).”

A Polícia Nacional paraguaia anunciou nesta segunda-feira, 18, ter descoberto um plano de resgate de dois dos principais integrantes do grupo de Sérgio Quintiliano Netto, o Minotauro, principal articulador do PCC no país vizinho. Seriam resgatados o brasileiro Julio César Gomes, de 28 anos, e o paraguaio Marcos Paulo Valdez, de 24, que foram presos com outros 15 integrantes do PCC em operação em 7 de fevereiro, três dias após a prisão do chefe. Na ocasião, foram apreendidos 25 veículos, a maioria blindados, que eram usados em ações criminosas ordenadas por Minotauro.

Segundo a polícia, uma parte do plano envolvia a “recuperação” de cinco veículos que estavam sob a custódia da polícia em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil. Esses carros desapareceram na semana passada. O ministro do Interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor, mandou abrir investigação para apurar se o PCC está por trás do sumiço dos veículos e se seus subordinados teriam agido com aval de Minotauro. Desde a prisão, em Balneário Camboriú (SC), o líder do PCC está na penitenciária federal de Brasília.

Para o ministro, é certo que os policiais encarregados da custódia dos carros de Minotauro participaram do furto ou foram subornados para fazer vista grossa. Como os veículos estavam sem bateria ou avariados, ele acredita que foram retirados de guincho ou carregados em caminhões, em uma operação que não poderia ter passado desapercebida à polícia. “Não há dúvida de que alguém facilitou. Naturalmente, o PCC tem muita gente a seu serviço,”, disse ao jornal ABC Color.

Ao Estado, o ministério informou que os policiais incumbidos da guarda do depósito estão presos desde sábado. Os chefes desses policiais serão investigados. No dia 11, a polícia paraguaia descobriu uma central de monitoramento com câmeras de alta definição usadas por Minotauro para controlar o tráfico e as ações da polícia em Pedro Juan Caballero.

 Estadão Conteúdos


14 PMs do Batalhão de Choque PMCe são transferidos sem explicações


A transferência dos PMs foi publicada ontem no Boletim do Comando Geral (BCG)
A manhã chuvosa desta quinta-feira (21) em Fortaleza, com muitos raios e trovoadas, também foi sombria no quartel que abriga a tropa de elite da Polícia Militar do Estado do Ceará, no Centro da Capital: O Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque). O motivo do desânimo e revolta dos “caveiras” foi a transferência repentina e inexplicável de parte do seu efetivo.
Na noite desta quarta-feira (20), uma notícia pegou de surpresa os homens do BPChoque. Nove sargentos e cinco cabos daquela unidade especializada foram transferidos para outros batalhões e companhias da PM, deixando a tropa de elite e indo para contingente “comum”.
Os motivos das transferências repentinas não foram explicados, o que deixou um sentimento de revolta e inconformismo na tropa, já que os 14 PMs “movimentados” são policiais especializados e estavam lotados na Segunda Companhia do Batalhão, a de Controle de Distúrbios Civis, a CDC, uma tropa treinada para o enfrentamento de situações de alto risco, como confrontos de torcidas, rebeliões e motins em unidades penitenciárias, manifestações violentas e vandalismo generalizado. São homens treinados em gerenciamento de crise, adestrados em rapel, manuseio de armas menos-letais, e de altíssimo treinamento.
Os 14 “caveiras” foram transferidos através de uma determinação do coronel comandante-geral da PM, coronel Alexandre Ávila, por meio da nota número 0235/2019-GC, publicada no Boletim do Comando Geral (BCG) desta quarta-feira (20), mas datado de 14 de fevereiro, isto é, quinta-feira da semana passada.
Sem explicações, os 14 policiais vão deixar hoje as dependências do Quartel do BPM após prestarem uma larga lista de serviços relevantes à unidade de elite da Corporação e à sociedade.
Com Informação Fernando Ribeiro


Previdência dos militares terá projeto à parte


Leonardo Rolim, secretário de Políticas de Previdência Social, confirma que as mudanças na aposentadoria dos militares serão detalhadas em um projeto à parte, ainda não concluído.
Segundo ele, com os ajustes nas regras da categoria, há uma estimativa de economia de 92 bilhões de reais em 10 anos.
“É uma premissa da nova Previdência que todos participem do esforço.”

Três agentes reféns em cadeia serão indenizados pelo Estado

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) determinou que o Estado pague R$ 10 mil de indenização por danos morais a três agentes prisionais que foram feitos reféns por criminosos em 2008. Durante três horas, eles sofreram agressões físicas e psicológicas por homens que tentaram resgatar duas presidiárias da Cadeia Pública Feminina de Cáceres, a 225 quilômetros de Cuiabá. 
Os desembargadores consideraram que a "omissão do Estado constituiu fator determinante para que os envolvidos entrassem no presídio". A relatora do recurso no TJ de Mato Grosso, desembargadora Antônia Siqueira Gonçalves, afirmou que "além de ausente o policiamento na cadeia pública, os agentes prisionais sequer receberam treinamento para o desenvolvimento da função".
FONTE: UOL

Ceará é o 25o estado com piores salários de policiais civis do país

Apesar do Estado do Ceará comemorar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o destaque como o estado brasileiro que mais fez investimentos públicos, em 2017. É o mesmo estado que paga muito mal seus inspetores e escrivães de polícia civil. No ranking salarial referente aos subsídios dos policiais civis, o Ceará ocupa a triste 25ª posição. O dado é da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), que divulgou dia 1º de fevereiro, o novo ranking salarial da polícia civil em cada estado brasileiro.
“Além da questão salarial, temos o terceiro pior efetivo proporcional do país. Nós queremos saber quando teremos a melhor Polícia Civil do Brasil. O Governo do Estado do Ceará precisa começar a apresentar quando e de que forma, esse compromisso será cumprido. De promessas e discursos, os policiais cearenses já estão cheios”, afirma Julierme Sena, policial civil e vereador de Fortaleza.
A tabela da Confederação também apresenta os salários inicial e final nos estados, bem como destaca o efetivo e faz uma relação proporcional com a sua população. No Ceará, o efetivo é de 3.100 policiais civis, com o salário inicial de R$ 3.434,54 e o salário final de R$ 6.665,25. De todos os 27 estados da federação, o Ceará fica na frente apenas de Rondônia e Paraíba.
Com informações do blog do Fernando Ribeiro Ribeiro

PRESIDENTE DA APS COMENTA SOBRE O GRANDE NUMERO DE SUICIDIOS NA PM CEARENSE


A SAÚDE MENTAL DOS NOSSOS POLICIAIS PEDE SOCORRO! 

O presidente da Associação dos Profissionais da Segurança (APS), Sargento Reginauro Sousa, fala dos altos índices de suicídios, entre os militares, que já se tornou um problema de saúde pública. “O que leva um policial militar a cometer suicídio?”, questiona Reginauro. 

Nossos policiais adoecem silenciosamente e merecem maior atenção. Na corporação temos oficiais que não observam os problemas de saúde dos seus subordinados. O profissional não possui carga horária e precisa lidar com certas determinações abusivas, cobranças e com isso cooperam de forma negativa para o agravamento do estado emocional dos policiais.

“É lamentável. Nós precisamos fazer um alerta a toda cadeira de comando da Segurança Pública. É preciso se gerar um debate para que possamos botar todas as chefias de comando em uma mesa, e solicitarmos que eles observem como está a saúde mental dos seus servidores”, conclama Reginauro.



CEARÁ: DEPUTADO SOLDADO NOÉLIO COBRA DO GOVERNO REVISÃO NA LEI DE PROMOÇÕES DE PMS E BMS

O deputado Soldado Noelio (Pros) cobrou, ontem, durante sessão plenária da Assembleia Legislativa, uma resposta do Governo do Estado sobre a promessa de revisão da Lei de Promoções dos militares. Segundo o parlamentar, tanto os policiais militares quanto os bombeiros estão aguardando as alterações na legislação de promoções, como foi proposta pelo governador Camilo Santana às vésperas das eleições de 2018.
“O Governador se reuniu com toda a categoria e assumiu o compromisso de alterar alguns pontos da Lei de Promoções. A intenção seria de enviar uma mensagem para esta Casa, no início de 2019, tratando desta revisão, mas até agora nada”, apontou Soldado Noelio.
Íntegra da matéria jornal o estado 

Líder de uma das maiores facções criminosas do Brasil é transferido de penitenciária



SÃO PAULO — Uma operação policial foi montada nesta quarta-feira para transferir para um presídio federal Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder de uma das maiores facções criminosas do país. Outros 21 presos ligados ao grupo criminoso também deixaram penitenciárias paulistas hoje com destino a cadeias federais. Eles devem ser enviados a Brasília, Mossoró e Porto Velho.

O pedido de transferência foi feito pelo Ministério Público de São Paulo em 28 de novembro, depois que serviços de inteligência descobriram um plano para resgatar criminosos em Presidente Venceslau. No documento, a que o GLOBO teve acesso, o promotor Lincoln Gakiya detalha o plano, que ele descreve como "cinematográfico". Os criminosos pretendiam sitiar a cidade e tomar controle de áreas estratégicas, com uma estação de energia e o aeroporto.
FONTE: UOL NOTÍCIAS 

Ceará: Cgd abriu 334 investigações contra delegados de Polícia em quatro anos





Jornalista Ricardo Boechat morre em SP durante queda de helicóptero


O jornalista, apresentador e radialista Ricardo Boechat morreu no início da tarde desta segunda-feira (11), aos 66 anos, em São Paulo.
Boechat era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM e colunista da revista IstoÉ. Ele também trabalhou nos jornais “O Globo”, “O Dia”, “O Estado de S. Paulo” e “Jornal do Brasil” e foi comentarista no Bom Dia Brasil, da TV Globo.

Policial Militar obtém excelente nota no ENEM e é aprovado para cursar Medicina em Universidade Federal.

Com uma nota de 920 pontos da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Soldado da Polícia Militar do Ceará, Ranielson Amâncio de Moura, 26, obteve aprovação para cursar Medicina na Universidade Federal de Campina Grande, no estado da Paraíba.
O policial militar é natural da Paraíba e reside na Cidade de Santana da Mangueira. No início deste mês, completou 6 anos de corporação, e encontra-se lotado atualmente na 3ª Cia do 2º Batalhão Policial Militar, localizada na Cidade de Brejo Santos/CE. Sempre estudou na rede pública de ensino e, embora não tenha tido uma preparação específica e regular para o ENEM, sempre teve como hábito a leitura e os estudos, o que contribuiu significativamente para a aprovação nesse curso que é ainda hoje um dos mais concorridos em todo o Brasil.
À impressa local, o PM confessou que na verdade seu objetivo maior não era garantir vaga no curso de medicina, mas sim utilizar sua nota do ENEM para ingressar nos quadros de Oficiais de Polícia Militar do seu estado. Disse ainda o militar que “virou uma estrela” na sua pequena cidade e que recebeu os parabéns até do Prefeito do município.
Em entrevista à ASCOM-PMCE, o Comandante imediato do jovem policial, Major Sobreira, disse que fará o possível para permitir que o Sd Moura consiga conciliar o trabalho com os estudos, pois nas palavras do Major “quanto mais o policial for capacitado e quanto mais conhecimento científico ele detiver, melhor será para a Polícia Militar e, consequentemente, para a sociedade”. Indagado sobre a conduta profissional e disciplinar do PM, o Major informou que o considera um bom policial, dizendo, por fim, em tom descontraído, que “pessoas inteligentes não dão trabalho”.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da PMCE

PMs do Ceará salvam criança durante engasgo

  
Durante um patrulhamento de rotina realizado pela VTR 20082, no bairro JARDIM IRACEMA em Fortaleza , ao chegar na RUA MARIA CLARA, 450, populares solicitaram atendimento para uma em que uma CRIANÇA estava desmaiada  por conta de um engasgo. A MÃE desesperada suplicava que os PMs salvassem sua FILHA, ocasião em que os PMs levaram para a UPA e no caminho iam fazendo a massagem e compressão, tendo a criança REANIMADO.
Após o atendimento, o MÉDICO falou que a CRIANÇA foi SALVA devidos aos PRIMEIROS  SOCORROS prestados pela guarnição PMCE.

Pacote anti crime é apresentado por Moro


O projeto de lei anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, nesta segunda-feira (4), contém mudanças em 19 áreas e endurece a legislação em relação ao cumprimento de penas de condenados em segunda instância. A proposta será encaminhada, agora, ao Congresso Nacional

assegurar a execução provisória da condenação criminal após julgamento em segunda instância

- aumentar a efetividade do Tribunal do Júri

- alterar as regras do julgamento dos embargos infringentes

- relacionadas à legítima defesa

- endurecer o cumprimento das penas

- alterar conceito de organização criminosa

- elevar penas em crimes relativos a armas de fogo

- aprimorar o perdimento de produto do crime

- permitir o uso do bem apreendido pelos órgãos de segurança pública

- evitar a prescrição

- reformar o crime de resistência

- introduzir soluções negociadas no Código de Processo Penal e na Lei de Improbidade

- alterar a competência para facilitar o julgamento de crimes complexos com reflexos eleitorais

- melhor criminalizar o uso de caixa dois em eleições

- alterar o regime de interrogatório por videoconferência

- dificultar a soltura de criminosos habituais

- alterar o regime jurídico dos presídios federais

- aprimorar a investigação de crimes

- Introdução do "informante do bem" ou do "whistleblower"