POLÍCIA MILITAR NÃO PODE FAZER GREVE MAS FAZ- POR RENATO RIELLA, LOGO ABAIXO, A RESPOSTA.

DSC07849Brasília está vivendo há anos sob chantagem dos profissionais da Segurança Pública. Eles ganham os salários mais altos do Brasil e, mesmo assim, produzem constantes formas de “operação-padrão”, com ameaças gravíssimas a todos nós. Na verdade, pode ser dito, estão em “greve branca” há muito tempo, o que é uma atitude criminosa. 
Isso me lembra aquela história do cara cuja mãe morreu e ninguém sabia como dar a notícia. Até que um homem mais velho, sábio, chegou perto dele e falou assim: ”Tenho uma péssima notícia para lhe dar: sua mãe morreu”. E acabou o problema.
É preciso que alguém diga a policiais e bombeiros que nenhum governador do Distrito Federal terá permissão do Governo Federal para aumentar os salários, por um motivo muito simples: esses salários são desproporcionais àqueles pagos às Forças Armadas, à Polícia Federal e aos trabalhadores da Segurança Pública em todos os estados brasileiros.
No momento em que vemos um homem de 66 anos, brigadeiro, ser morto, ao chegar em casa, por três bandidos num carro vermelho, perguntamos: até que ponto esse tipo de crime está ocorrendo por que a Polícia Militar do DF está quebrada no seu comando?
FUNDO CONSTITUCIONAL DO DF-TALVEZ SEJA UM MAL PARA BRASÍLIA
O Distrito Federal não existe como unidade da Federação. É totalmente dependente da União, que desperta ciúmes do Oiapoque ao Chuí pela dinheirada que derrama aqui.
Hoje me arrependo de ter ajudado o então governador Roriz a aprovar, no apagar das luzes de 2002, no Senado, o projeto que criou o Fundo Constitucional do DF. Na época, ocupando um cargo de muita influência junto ao então presidente do Senado, Ramez Tebet, lutei muito para que ele conseguisse votar o projeto brasiliense numa das últimas sessões do governo FHC. Toda essa conquista está ameaçada por reivindicações irresponsáveis.
O Fundo do DF deve despejar em Brasília cerca de R$ 14 bilhões em 2014, mantendo em bom nível financeiro as áreas de Saúde, Educação e Segurança, que respondem com péssimos serviços prestados à população de 2,6 milhões.
Deputados federais e senadores de 26 estados vivem de olho nesse dinheiro e poderão, em algum momento, revogar a lei que criou o Fundo Constitucional do DF, levando Brasília a caminhar com as próprias pernas.
Enquanto isso não acontece, existe dentro da Polícia Militar, há anos, um movimento político anti-constitucional, exigindo mais e mais aumentos de salário.
O governador Agnelo Queiroz (e os seus antecessores) não têm coragem de dizer que “a mãe morreu” (ver exemplo acima).
Dilma Rousseff não permitirá que bombeiros e policiais militares (e outros profissionais da Segurança) sejam beneficiados com remunerações acima do padrão brasileiro. Se concordar com isso perderá o resto do país. E Brasília pesa muito pouco no conjunto das 27 unidades da Federação.
Há algumas semanas, circulou nas redes sociais filmete no qual o secretário de Segurança Pública do DF, delegado da Polícia Federal Sandro Avelar, é ameaçado publicamente por um sargento da PM.
Este policial, discursando na frente de diversos outros policiais, ameaçou boicotar a realização da Copa do Mundo em Brasília se as reivindicações da sua categoria não forem atendidas.
Num estado normal de forças, no qual houvesse a devida hierarquia, o secretário de Segurança deveria ter determinado a prisão imediata desse policial por insubordinação. Mas Sandro Avelar é candidato a deputado federal e pode estar sendo restringido por esta situação particular.
O certo é que a Constituição proíbe manifestações sindicais na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros. Quando o indivíduo opta por esse tipo de profissão é informado, na origem, que deverá ter comportamento especial. Se aceitou, não tem o que reclamar – até mesmo porque, em Brasília, os policiais recebem comparativamente ótimos salários.
Assim, constatando que não existe consciência no Distrito Federal sobre este papel da Capital, mantida pela União de forma paternalista, acredito que o Fundo Constitucional vai acabar sendo revogado um dia.
Nós, em Brasília, precisamos aprender a andar com as próprias pernas. O dinheiro federal entra aqui sem que façamos força nenhuma para isso.

RESPOSTA AO SENHOR RIELLA.


Senhor Renato Riella, a Polícia Militar do DF e o Corpo de Bombeiros, atividades essenciais, são mantidas pelo governo federal por força constitucional, art. 144 da CF. É precipitada sua análise sem conhecer a fundo o que ocorre nas instituições militares de Segurança Pública. Observemos que cita apenas PMDF e o CBMDF, no entanto não faz menção à PCDF e muito menos o DETRAN-DF, com remunerações bem superiores aquelas que são pagas às instituições militares. Basta uma uma consulta no portal da transparência para que tal equívoco seja dirimido.
Outro fato propalado insistentemente, mas que a realidade desmente, é a informação de termos o maior salário do país entre as forças policiais militares. É uma mentira que tem se tornado quase um mantra, ao longo desses 3 últimos anos já fomos superados pela PMMG, PMSC entre outras polícias estaduais.
Em relação à suposta “ameaça”, divulgada em vídeo, é outro equívoco, pois o o policial apenas externou uma insatisfação que é generalizada nas duas instituições. Insatisfação  essa produzida pelo próprio governador do DF ao não cumprir seus compromissos de campanha elencadas em 13 propostas para policiais e bombeiros do DF.
O que ocorre, senhor Riella, é que o GDF foi incompetente em manter um diálogo com as duas instituições militares de segurança pública. De longe, fomos os menos beneficiados, se compararmos os ganhos das demais categorias mantidas pelo Fundo Constitucional.
Quanto ao “comportamento especial”, esse é devido a todo servidor público , seja civil ou militar. Afinal, somos serviços essenciais e pagos com dinheiro público. O que ocorre é que está confundindo comportamento com insatisfação. Podemos sim demonstrar nossa insatisfação, mas dentro dos limites impostos pelos regulamentos e legislação que imperam na caserna. Não podemos, nunca, aceitar que regulamentos e outras amarras, venham servir de amarras e entraves ao nosso direito legítimo de expressão.
No mais, o Fórum das Associações está aberto a podermos debater de forma democrática todos os pontos que envolvem nossa mobilização.

RONER GAMA- REDE DEMOCRÁTICA PM-BM
FÓRUM DAS ASSOCIAÇÕES REPRESENTATIVAS DE POLICIAIS E BOMBEIROS DO DISTRITO FEDERAL

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