CEARÁ: Quanto custa uma Segurança Pública de qualidade?



Estamos vivendo o maior contrassenso que se pode conceber dentro do conceito de Gestão de Recursos e qualidade de serviços em nosso Estado. Vemos os maiores investimentos no serviço público caminharem lado a lado com péssimos resultados no sentido do serviço prestado àqueles que de fato pagam a conta dessa falta de competência administrativa.
Um dos casos mais evidentes dessa contraditória realidade é a Segurança Pública. Um dos setores em que mais se investiu nesses sete anos de gestão do atual Governo detém os piores índices de desempenho. Foram contratações, aquisições de viaturas sofisticadas, investimentos em tecnologia e infra-estrutura sem que os resultados acompanhem a magnitude das cifras apresentadas pelo Governo.
Mais uma vez temos o anúncio de mais um plano de ações para a Segurança Pública, na tentativa de reverter o trágico quadro de violência e criminalidade que tem tomado conta de nosso Estado. O Governador apostou alto no novo projeto apresentado pela Secretaria de Segurança e destinou R$120.000.000,00 para a proposta que pretende premiar os policiais pelo cumprimento de metas para a redução da criminalidade.
A política de premiações para os policiais visa estimular o homem a trabalhar com mais dedicação, motivar os agentes de segurança para o cumprimento de sua missão. O que expõe mais uma vez a falta de visão administrativa e um grande erro de gestão para administrar a crise da segurança pública no Ceará.
É fato que há um alto índice de insatisfação da tropa diante do quadro que vive. Por lado ver-se o policial perseguido pelo próprio sistema que reprime, persegue e puni sem nenhuma preocupação com sua condição humana. Do outro temos essa mesma insegurança que atinge a população afetando ao policial que já se percebe vulnerável diante do poder de fogo dos criminosos.
Mas se a questão é motivar à tropa, o Governo tinha uma medida bem mais barata e eficiente que a da política de premiações. Dentre as pautas do acordo firmado entre a categoria e o Governo, havia uma reestruturação da Lei de Promoções, extremamente desatualizada tanto na Polícia Militar, quanto no Corpo de Bombeiros. Temos ainda militares com vinte anos de serviço ainda como soldados ou cabo, quando já deveria ser no mínimo sargentos.
A “Compensatória”, como ficou conhecida a proposta apresentada ao Governo para ascensão profissional dos militares, oficiais e praças, custaria aos cofres públicos aproximadamente R$20.000.000, 00 ao ano, menos de 20% do valor destinado ao novo projeto do Governo e que não atingirá a todos igualmente, tendo ainda excluído os Bombeiros desse benefício.
A promoção é uma das grandes realizações na vida militar. Ela reflete não apenas na melhoria salarial, mas também na auto-estima do militar, que se sente valorizado e reconhecido. Qualquer gestor hoje sabe que um servidor motivado produz muito mais. É lamentável que os nossos gestores públicos não consigam perceber as alternativas mais objetivas e simples para termos uma melhor qualidade dos serviços prestados ao contribuinte.

APS

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