RACHEL SHEHERAZADE: Se a polícia representa o Estado, porque o Estado não defende sua polícia? Não a protege, não zela por ela?




Mais um policial assassinado é menos um soldado na luta contra o crime.

Uma luta, aliás, desigual e desleal. A PM não é párea para o poder de fogo dos criminosos, equipados com o que há de melhor e mais moderno em artilharia pesada.

Além disso, nos morros, bandidos contam com a simpatia de uns e o silêncio de outros, acoados pelo medo ou coniventes com o crime.

Já a polícia luta só, sem o apoio da sociedade nem do Estado que ela representa. 

Mas, se a polícia representa o Estado, porque o Estado não defende sua polícia? Não a protege, não zela por ela? 

Todos os dias, PMs vulneráveis sobem os morros para lutar uma guerra já perdida, e o pior: já negociada, permeada por interesses eleitoreiros. 

A pergunta é: quem são os senhores dessa guerra? A quem interessa poupar bandidos e sacrificar os homens da lei?

Quando um PM morre, eu só ouço o silêncio. 

O silêncio do Estado. 

O silêncio do Ministério Público. 

O silêncio dos Direitos Humanos...

 Nenhuma palavra ecoa: nem de conforto nem de indignação.



Postagens Relacionadas:

0 comentários :

Postar um comentário