
O tempo vai passando e os observadores da iniciativa das Unidades de Polícia Pacificadora no Rio de Janeiro lamentam o desgaste ascendente que as UPPs vêm sofrendo. Ao que parece, nem os policiais nem as comunidades conseguem enxergar um alinhamento justo entre o que a propaganda governamental publica e o que se vive na prática.
Não é por falta de torcida: desde quando o modelo foi divulgado comemorou-se a guinada da política de segurança pública para iniciativas comunitárias, não repressivas, com foco no respeito à cidadania e aos direitos fundamentais. O ponto fraco das UPPs, entretanto, foi acusado também desde o início, e se refere à capacidade de sustentabilidade das iniciativas.
As polícias possuem em sua cultura, organicamente, os mesmos princípios teóricos das UPPs? Seria possível, de fato, após a ocupação militar, que serviços públicos diversos fossem implantados permanentemente nas comunidades? A atuação de gangues armadas seria definitivamente anulada com a implantação das unidades? As condições de atuação e a segurança dos policiais possuem o mínimo necessário de atenção? Todas essas perguntas ou não foram respondidas pela experiência até agora ou suas respostas apontaram para a fragilidade do projeto das UPPs.
“EM QUE PÉ ANDA A TRANSFORMAÇÃO DA POLÍCIA E DAS COMUNIDADES PARA QUE AS UPPS VALHAM A PENA?”
Segundo pesquisa recentemente divulgada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania do Rio de Janeiro (CESeC), a identificação dos policiais que trabalham nas Unidades com o projeto é bastante vulnerável.


Hoje uma equipe de policiais civis foi encurralada no morro do Pavão-Pavãozinho por homens armados. Lá está instalada uma UPP, o que parece não garantir a estabilidade na comunidade. Para onde caminham as Unidades de Polícia Pacificadora?
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