RJ: As fragilidades das UPPs

Policiais militares da UPP da Rocinha - Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

O tempo vai passando e os observadores da iniciativa das Unidades de Polícia Pacificadora no Rio de Janeiro lamentam o desgaste ascendente que as UPPs vêm sofrendo. Ao que parece, nem os policiais nem as comunidades conseguem enxergar um alinhamento justo entre o que a propaganda governamental publica e o que se vive na prática.
Não é por falta de torcida: desde quando o modelo foi divulgado comemorou-se a guinada da política de segurança pública para iniciativas comunitárias, não repressivas, com foco no respeito à cidadania e aos direitos fundamentais. O ponto fraco das UPPs, entretanto, foi acusado também desde o início, e se refere à capacidade de sustentabilidade das iniciativas.
As polícias possuem em sua cultura, organicamente, os mesmos princípios teóricos das UPPs? Seria possível, de fato, após a ocupação militar, que serviços públicos diversos fossem implantados permanentemente nas comunidades? A atuação de gangues armadas seria definitivamente anulada com a implantação das unidades? As condições de atuação e a segurança dos policiais possuem o mínimo necessário de atenção? Todas essas perguntas ou não foram respondidas pela experiência até agora ou suas respostas apontaram para a fragilidade do projeto das UPPs.
“EM QUE PÉ ANDA A TRANSFORMAÇÃO DA POLÍCIA E DAS COMUNIDADES PARA QUE AS UPPS VALHAM A PENA?”
Segundo pesquisa recentemente divulgada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania  do Rio de Janeiro (CESeC), a identificação dos policiais que trabalham nas Unidades com o projeto é bastante vulnerável.

Identificação dos policiais com as UPPsA falta de adesão da tropa não se resume a simples anomia e indiferença, mas também a posturas inversas ao que é proposto pelo conceito das UPPs, minando assim a relação entre policiais e comunidade.
Protesto sobre o caso AmarildoSob a pressão para a realização ordeira da Copa do Mundo e das Olímpiadas é bem possível que o governo do Rio de Janeiro mantenha os esforços de financiamento da política das UPPs, que até 2016 pode servir de medida emergencial de contenção das favelas. Mas após isso será que haverá insistência? E mesmo que haja, em que pé anda a transformação da polícia e das comunidades para que as UPPs valham a pena?
Hoje uma equipe de policiais civis foi encurralada no morro do Pavão-Pavãozinho por homens armados. Lá está instalada uma UPP, o que parece não garantir a estabilidade na comunidade. Para onde caminham as Unidades de Polícia Pacificadora?

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