Saúde púbica negligenciada

Saúde e Segurança. Se se perguntar a qualquer brasileiro hoje qual são os setores que precisam de mais atenção por parte dos governantes, restam poucas dúvidas de que a respostas orbitaria entre essas duas instâncias. Um levantamento realizado pela organização não governamental Contas Abertas mostra que a preocupação não é a toa. Enquanto o governo federal destina R$ 1,9 bilhão ao programa Mais Médicos em 2014, apenas 11% das obras de infraestrutura para a saúde pública foram concluídas durante a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que se refere aos anos de 2011 a 2014. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), das 24.006 iniciativas prometidas pelo programa, somente 2.547 foram entregues até dezembro de 2013. Pior: entre as restantes, pouco mais da metade sequer saiu do papel. Trata-se de dados preocupantes, principalmente quando nos deparamos com a infraestrutura precária das unidades de saúde no País.
Outros exemplos esclarecedores: no cronograma de obras do PAC 2, estavam previstas construção e reforma de 15.652 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), mas apenas 9% foram concluídas após mais de dois anos. Além disso, foram finalizadas apenas 3% das 503 Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), locais estruturados para atender a urgências e emergências, que deveriam ser construídas. Das 7.911 iniciativas de saneamento em áreas urbanas, 14% foram entregues até dezembro passado.
É preciso trazer esses números para que o conjunto da sociedade brasileira julgue por si mesmo as prioridades e a atenção que o governo vem dando para a saúde pública. É inconcebível que paguemos tantos impostos para receber serviços públicos absolutamente medíocres e muito aquém de nossas necessidades. Sem a tomada de consciência e a cobrança jamais sairemos dessa condição de precariedade que predomina nas unidades de saúde em todo o Brasil.

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