Denúncia de tráfico de influência na Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará



Um Boletim de Ocorrência revela as denúncias de falcatruas na Academia da Segurança Pública



Uma grave denúncia revelada nesta sexta-feira pode se transformar no primeiro escândalo na gestão do governador Camilo Santana (PT) e atinge diretamente a administração da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social. A denúncia revela suposto tráfico de influência e fraude na Academia Estadual da Segurança Pública (AESP).

A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol), onde uma instrutora do Curso de Formação de Perito Criminal e Auxiliar de Perícia revelou que o atual diretor-geral da Academia, coronel PM José Herlínio Dutra teria ordenado a anulação de questões numa prova de Direito Penal para beneficiar um candidato a perito. Tal candidato seria filho do Perito-Geral do Estado, Maximiano Leite Chaves. O caso deverá ser levado ao conhecimento dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, além da Polícia Federal para adoção de providências.

A denunciante (identidade preservada) prestou um Boletim de Ocorrência (B.O.) sobre o fato e, ao mesmo tempo, solicitou sua inclusão no Programa Estadual de Proteção à Vida (Provita), temendo represálias.

No B.O. a instrutora afirma ter sido convocada para uma reunião com o diretor-geral da Aesp e outros gestores daquele órgão, ocasião em que presenciou o coronel PM Herlínio Dutra ordenar a seus auxiliares (dois oficiais da PM) que anulassem as questões de uma prova eliminatória na qual o filho do perito-geral não acertou as respostas, correndo, assim, o risco de ser reprovado no curso preparatório.

Anular




O coronel teria dado a ordem diretamente ao major PM Clairton, que exerce o cargo de supervisor da Coordenadoria de Ensino da Academia. O oficial teria discordado daquela atitude, no que Dutra teria retrucado: “Clairton, você não está aqui para concordar ou discordar, mas para fazer o que eu mando”. Em seguida, reforço para que o major fundamentasse toda a prova para anular as questões e, assim, beneficiar o filho do perito-geral, evitando sua reprovação e, consequentemente, eliminação do curso preparatório.

O caso já foi comunicado pelo Sindicato à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário e deve chegar, na próxima semana, ao conhecimento do MPE, MPF e da PF.

O Sindicato dos policiais exige, ainda, o imediato afastamento do cargo do diretor da Aesp e do perito-geral da Pefoce. A SSPDS informou somente que encaminho o fato à Controladoria para a devida apuração.

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