O dia a dia de nossos policiais


Ele assumiu o serviço as 6 horas da manhã. Verificou as condições da viatura, deu o pronto e começou o patrulhamento pela cidade, juntamente com seu colega que é o seu patrulheiro. Entre uma ocorrência e outra, fez algumas abordagens na área central e também nos bairros onde o tráfico de drogas é intenso. Em casa, sua esposa ficou cuidando de seu filho de 5 meses que estava febril. Agora o relógio marca 11h56min. No termômetro da viatura marca 32°C. Eles estão em patrulhamento, esperando a ordem do Coordenador de Serviço para poderem ir almoçar. 

No rádio, a Sala de Operações dá um alerta à todas as guarnições: "Um veículo acaba de ser roubado. A vítima informa que faz apenas alguns segundos…". A Sala de Operações passa as características do veículo e dos indivíduos. Também informa o local do roubo, e confirma que haviam dois indivíduos e estavam armados. Eles estão há  aproximadamente uns 10km de distância do local.  Por uma fração de segundos, ele diz a si mesmo em pensamento: "Estamos muito longe…Não conseguiremos pegar...Se ele cair na Rodovia Estadual daí mesmo que não buscamos." E ao mesmo tempo, patrulheiro e motorista se olham, e ambos fazem sinal de confirmação com a cabeça. Ele acelera a viatura em direção à uma das saídas da cidade. Liga os sinais sonoros e luminosos. Terceira, quarta, quinta marcha. O velocímetro já marca 160km/h e está subindo. Mais uma vez, seu pensamento diz "Diminui a velocidade, você tem que voltar para sua família ainda hoje à noite. É só um carro, não vale a pena se arriscar tanto." Mas a verdade é que ele pisa mais fundo no acelerador. Inexplicavelmente, a vontade de prender os indivíduos e devolver o carro ao dono é algo que lhe toma conta. É o que lhe mantém vivo. Ele respira esse sentimento. Quando eles chegam perto de uma das saídas da cidade, em uns 200m à sua frente, cruza o veículo roubado em alta velocidade. Seu colega grita ao seu lado: " LÁ ELE, ACELERA, VAMOS, VAMOS, NÃO PODEMOS PERDER ELES." E a perseguição se inicia.

Dentro do carro roubado, dois criminosos profissionais. Um está no regime semi-aberto após cumprir 6 anos no fechado por um homicídio. O outro já cumpriu 3 penas por diferentes crimes e já está há 3 meses em liberdade. E tudo que nenhum deles quer, é voltar pro inferno do presídio. Eles não tem nada a perder. É tudo ou nada. Eles fogem na contramão, passam pelos semáforos fechados, e aceleram como se não existissem pedestres. Na cola deles, o patrulheiro vai informando a localização via rádio, pedindo reforços para que se faça o cerco. 

Depois de um trajeto aproximado de 7km perseguindo, os bandidos entram em uma rua sem saída de chão batido. Ao entorno, mata fechada. O veículo roubado derrapa na areia e bate em uma árvore. Os indivíduos descem atirando. Motorista e patrulheiro descem do carro e se abrigam nas portas. Eles revidam os disparos. Começa um intenso tiroteio. O pensamento de voltar pra casa à noite paira na cabeça dos policiais, ao mesmo tempo que um se preocupa com a segurança do outro. No rádio, eles bravejam pedindo reforços. O coração  acelera. Os tiros não param. Talvez já tenha se passado uns 2 minutos, que se parecem 2 horas. De repente, os tiros cessam. Os bandidos entram na mata. 

A guarnição aguarda os reforços. Um procura contato visual com o outro. Eles sinalizam que estão bem. O motorista analisa as marcas dos disparos na viatura, e constata que dois tiros passaram muito perto de sua cabeça. Ele beija seu escapulário, e lembra do seu colega de turma que não teve a mesma sorte no ano passado. O reforço chega. O local está tomado por viaturas. O apoio aéreo sobrevoa a mata. Já se passaram das 15 horas da tarde.

Policiais especializados entraram na mata, dando início as buscas pelos indivíduos. Sua esposa lhe manda uma mensagem dizendo que a febre do bebê já passou. Ele ainda nem ligou pra ela. Ele e seu colega ainda não almoçaram. Depois de algumas horas as buscas são finalizadas, pois já está anoitecendo. O veículo foi recuperado com grandes avarias. A vítima, uma senhora de 53 anos, foi traumatizada pelo resto da vida. Os policiais, deixam a viatura no batalhão. São 18 horas, e ele agora vai pra casa ver sua esposa e filho. Vai fazer sua primeira refeição do dia. Vai se preparar e descansar, sua mente e seu corpo devem estar bem. Pois amanhã serão mais 12 horas de serviço."

Esse é o dia a dia de nossos policiais. 

Leia, curta e compartilhe para todos seus amigos que acham que os policiais militares têm tratamento privilegiado.




0 comentários :

Postar um comentário