A Copa de um País profundamente apartado, o que talvez fique ainda mais acentuado depois do evento. Quem quiser ter uma ideia, basta percorrer as ruas no entorno da Arena Castelão e ver que, em termos estruturais, nada vai mudar naquela área historicamente esquecida. Mas talvez saneamento básico, saúde, educação não tenham mesmo nada a ver com futebol. Para aquelas comunidades, o legado da Copa se resume a um estádio bonito, uma rotatória e uma avenida larga..
Conforme O POVO mostrou na última quarta-feira, o Castelão é a única obra concluída entre as sete previstas para Fortaleza de acordo com a matriz de responsabilidades para o Mundial, assinada há mais de quatro anos. Algumas intervenções não ficarão prontas até a Copa e outras continuam com a promessa de serem entregues em cima da hora - o que também é vergonhoso.
E seguem os entusiasmados discursos governistas de que esta será a “maior Copa de todos os tempos” e de que o Brasil está preparado para “receber todos de braços abertos”, mesmo que seus próprios habitantes sejam mal “recebidos” diariamente pelo Estado. E a proximidade com a eleição vai potencializar essa ladainha, aguardem. Tanto jogo de cena que nem todos os carretéis pintados pelo expressionista Iberê Camargo dariam conta de tamanha enrolação. Mas a presidente falou, meus caros, vai ter Copa.
O POVO
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