A tendência mundial dos criminosos é de se associarem a organizações
criminosas, as quais proporcionam grandes retornos financeiros através
da prática de crimes e um falso sentimento de irmandade e comunhão. No
Brasil, não é diferente, tal como presenciamos no PCC e no Comando
Vermelho.
Tais grupos mantêm suas posições através do
uso de violência real ou ameaçada, corrupção de funcionários públicos,
concussão, ou extorsão, e geralmente têm um impacto significativo sobre
as pessoas em suas localidades, regiões ou sobre o país como um todo.
Não
se deve confundir quadrilha ou bando com organização criminosa. A
quadrilha ou bando é um crime que se configura com a simples associação
de quatro ou mais pessoas com o fim de cometer crimes, ou seja,
representa um grupo criminoso rudimentar. Por sua vez, o crime
organizado apresenta formato de “empresa do crime”.
Ao
analisarmos as ações e o modus operandi das organizações criminosas,
verificamos a existência de um Estado inserido em outro Estado. Citamos
como exemplo a forma como regem o ambiente carcerário, decretando as
próprias leis e disseminando-se, como um câncer, para a atmosfera das
relações privadas - mediante a lavagem de capitais -, para o meio
político, por intermédio da corrupção de agentes públicos, e para o
cerne das comunidades através de políticas de benfeitorias.
Deparamo-nos
com um cenário de guerra contra o crime organizado. De um lado,
encontramos o Estado brasileiro, atuando em prol da democracia e do
estado de direito, todavia o faz com um aparato legal lacunoso e
ineficiente.
De outro lado, lidamos com as organizações
criminosas, nacionais e transnacionais, com poderio financeiro,
intimidatório e bélico. E, no meio desse conflito, está a sociedade à
mercê da situação.
O POVO
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