
A internet é o refúgio de todo aquele que fala o que quer e não pode se identificar. Eles são covardes? Não, são sobreviventes! Existem diversos grupos e páginas no Facebook, e em outras redes-sociais, em que os policiais militares podem se manifestar livremente. Quase livremente… Caso um PM seja flagrado postando “algo que desagrade”, um processo administrativo disciplinar pode punir até com prisão para os soldados envolvidos, mas o caso levanta a discussão sobre o uso das redes sociais pelos profissionais da segurança pública. “Quem se rasga nas ruas são os praças, mas quem recebe os frutos são os oficiais” disse um dos soldados do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo (CBMES) que pode ser severamente punido juntamente com outros três soldados.
Para os leigos, nas instituições militares existem, grosso modo, duas categorias: oficiais e praças. Estes chamados de praças são quem de fato “colocam a mão da massa”, estão na rua e entram em contato direto com a criminalidade. Os oficiais, por sua vez, em sua maioria, assumem funções administrativas. A parir disso, quem não conhece a área já imagina quem tem mais atribuições e, portanto, tem mais “ônus” na carreira.
A válvula de escape para a perseguição fria que muitos praças são sujeitos é a rede social. Através de perfis falsos, os conhecidos “fakes”, os PMs se articulam contra os abusos que passam: denunciam as péssimas condições de trabalho, compartilham reivindicações, sugerem pautas para as associações representativas e principalmente conseguem expressar seu pensamento, quase que, sem medo.
Triste é ver a livre expressão, garantida na constituição brasileira, ser solapada por quem tem poder. Feliz é ver que os homens e mulheres de luta sobrevivem, mesmo usando fakes como instrumento na guerra. Um dia teremos liberdade de pensar, falar e agir na PM? Não se sabe, mas a busca por isso é algo que deve ser buscado por todos, com ou sem “falsidade”.
Edição: Roberto Barros
Texto: Marcus Castro
VIA ACSMCE
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