
A engorda dos números da tragédia
A segurança pública anda insegura. Até suas estatísticas andam sob suspeita. Dizem que os homicídios aumentaram e que os roubos diminuíram. Será verdade? Os policiais sindicalistas dizem que é armação. Que os números são maquiados.
Na verdade, os ladrões não deixaram de agir mais; isso é fato verificável. Acontece que as vítimas de furtos é que não confiam mais nos BOs que se tornaram obsoletos, a maioria deles é engavetada ou acaba mofando por falta até de pessoal para cumprir a necessária investigação.
A situação é tão grave, que a cidade amanheceu hoje com ‘outdoors’ do Sindpol, o sindicato dos policiais civis, mostrando que a situação está barra pesada. Diz: cuidado! Uma pessoa é morta a cada duas horas no Ceará.
Para completar, vem essa outra denúncia do Conselho Nacional de Justiça de que 1.109 presos sumiram dos presídios cearenses, no que se constitui algo surpreendente. Quem eram eles? Como fugiram? Houve falhas do sistema? Alguém facilitou a fuga?
Se a Polícia não tem controle dos números da violência, agora se sabe é que a Justiça não tem a menor ideia dos detentos que ela manda para trás das grades.
Como combater a violência se há tantas falhas no próprio sistema? Um professor de direito, Jorge Hélio, indagado por nós na ráio Tribuna Band News, sobre o que fazer para diminuir a violência, foi claro: basta o governo tratar a segurança pública com a mesma prioridade de obras como a Arena Castelão, o VLT, o Aquário. É que, a exemplo, do que acontece com a Saúde e Educação, a elite não precisa disso – rico não bota filho pra estudar em colégio público, nem vai a posto de saúde em busca de socorro. Por isso, o descaso serve para engordar ainda mais os números dessa tragédia.
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