Ceará: Violência e dor

Não dá mais para ficar discutindo que o Governo Cid Gomes fracassou na área de segurança pública. Há muito tempo os sintomas e sinais são evidentes. E, as tentativas de correção fracassaram. Nada mudou. Duas novidades devem ser destacadas. Primeira, não há mais tempo para mudar. O governo apresenta sinais de exaustão. Os próprios militares – do alto comando – não esperam mais novidades. O tempo passou. Começam as conjecturas do tempo pós-Cid, com uma inquietante antecipação. Fadiga de material....

Segunda, na perspectiva que se anuncia, não cabe apenas um discurso repressivo: mais policiais, mais armas, mais viaturas. A natureza do crime, dos homicídios, guarda um perfil que exige uma intervenção de longo prazo e não comporta apenas a força policial. O que está doente é a própria sociedade que se nominando democrática comporta tantas contradições e desmandos.

O esgarçamento social representado pela qualidade subhumana das moradias, sem saneamento básico, escola pública precária, sem transporte público minimamente eficiente, ausência total do Estado, clamando por justiça e segurança, geralmente presos a uma politicagem de escambo... esse caldo de cultura leva a população pobre e periférica ao desespero e a violência.

Se não houver uma mobilização séria e conseqüente, assistiremos mais cenas e cenários de violência e barbárie. A sanidade não é atribuída unicamente ao indivíduo. Existem sociedades prósperas, solidárias, humanas. Como há agrupamentos humanos doentes, expressão de ódio e dores. Estamos nesse segundo grupo.

Quando será que vamos abrir a discussão e encaminhar soluções mais profundas e duradouras? Expressão e sonho de um povo que busca a confiança e a felicidade.

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