Crack e o exército de zumbis


O crack alastra-se por todo o País, destruindo vidas, famílias e sonhos. O Núcleo de Informação, Pesquisa e Banco de Dados da Coordenadoria de Políticas sobre Drogas (CPDrogas) acaba de divulgar o perfil dos usuários dessa popular e devastadora droga em Fortaleza. Segundo o levantamento, a maioria dos dependentes são homens, têm entre 19 e 45 anos de idade e baixa escolaridade. Uma pesquisa anterior, desenvolvida pela Central Única das Favelas (Cufa), apontou que, em 2013, existia, somente na capital cearense, cerca de 30 mil usuários de crack. Por fim, um terceiro levantamento, este feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde, apontou que, no ano passado, o Brasil contabilizava a meta de 370 usuários de crack somente nas capitais brasileiras. É claro que esse número deve ser bem maior, afinal, por ser barata, essa droga está disseminada por cidades de pequeno e médio portes, trazendo consigo um rastro de violência, pobreza e destruição típicos de cenários degradados pelos tóxicos.

O crack precisa ser interrompido. A pesquisa da Fiocruz revelou o poder de destruição dessa droga: cerca de 40% dos usuários vivem nas ruas, ou seja, romperam ciclos sociais e familiares de maneira dolorosa e 30% das mulheres dependentes de crack já fizeram sexo para obter a droga, uma relação absolutamente degradante do ponto de visto físico, mental e espiritual. Por fim, uma última informação: os usuários têm oito vezes mais chances de contrair HIV justamente pelo comportamento promíscuo que a droga proporciona.

É por essas e outras que essa devastação do crack precisa ser interrompida. Campanhas de prevenção são importantes, assim como a disponibilização de tratamento, principalmente entre os usuários mais pobres. O exército de zumbis do crack cresce a cada dia, e cabe a todos – sociedade e governos – trabalhar para amenizar a crítica degradação social que essa droga representa.

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